São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994 |
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Genro de FHC vai fazer devassa em usinas de Fleury
EMANUEL NERI
"O setor energético é muito suscetível de ser alvo de páginas policiais", disse. "Existem absurdos flagrantes", afirmou. Zylbersztajn prometeu fazer uma reavaliação de custos de todos os "contratos duvidosos, para usar um termo elegante". Casado com Beatriz, a filha mais nova de FHC, Zylbersztajn integra a lista de três novos secretários anunciados ontem pelo governador eleito, Mário Covas (PSDB). Os outros dois são Yoshiaki Nakano (Fazenda) e José da Silva Guedes (Saúde). Até agora Covas já indicou nove secretários. O Estado tem atualmente 21 secretarias. Poderá ser criada ainda uma pasta especial –Gabinete Civil– para cuidar exclusivamente de política. O futuro secretário de Energia falou ainda em renegociar contratos que estejam com sobrepreços. São Paulo constrói atualmente seis usinas hidrelétricas. Zylbersztajn não sabe quantas estão superfaturadas. Citou como exemplo de obra suspeita e "polêmica" a usina de Porto Primavera, na fronteira de São Paulo com Mato Grosso do Sul, que deverá custar US$ 5 bilhões. "É muito cara para 1.800 megawatts." Para ele, Primavera é o tipo da obra que causaria menos prejuízos ao Estado se fosse paralisada agora. Mas ela vai continuar. Consumirá ainda US$ 1,5 bilhão para que sua primeira turbina funcione. O novo secretário disse que a reavaliação e renegociação dos contratos faz parte da "probidade administrativa" que Covas imprimirá em seu governo. Para ele, não se trata de "perseguição nem retaliação". O governador Fleury não se manifestou sobre as declarações do novo secretário. Sua assessoria disse que ele estava em Brasília. Recomendou que fosse ouvido o atual secretário de Energia, Pedro Bodini, que está viajando. Texto Anterior: Tecnologia dispensada Próximo Texto: Nakano quer alongar a dívida do Estado Índice |
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