São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
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Para o bem e para o mal

DEMIAN FIOCCA

A equipe do Ministério da Fazenda mantém-se no próximo governo e a política econômica tende a ser conduzida com pequenos ajustes, sem grandes alterações de rumo. Consolidam-se políticas similares às presentes. A relativa estabilidade prossegue e persistem os problemas que a acompanham.
Altas taxas de juros nominais mantêm-se pelo benefício da dúvida. Têm um efeito de freio e outro de motor da inflação. Enquanto os preços não param, o governo prefere o risco de mantê-las altas ao de reduzi-las.
O dólar segura os preços. A queda da taxa de câmbio somada à inflação em reais resulta em uma pressão excepcional de possíveis importações.
Como a defasagem cambial foi acelerada pela política que levou a cotação do dólar a R$ 0,85, seu efeito antiinflacionário é mais rápido. A prévia de inflação do IGP-M de 0,65% ao mês é resultado desse fenômeno. Mas assim como o impacto sobre os preços, também chegará mais cedo o esgotamento da competitividade de setores da indústria nacional.
Se nada mudar, o impulso da estabilização e o interesse do capital estrangeiro provavelmente garantem o crescimento. Entre os mais expostos à concorrência externa haverá falências. No setor de serviços e construção, lucros.

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