São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
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Quem vai comprar imóvel deve apressar-se

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem pretende comprar um imóvel, novo ou usado, deve apressar-se. A procura aumentou bastante desde julho, com o Plano Real, e os preços estão subindo gradativamente.
Segundo especialistas do setor, a valorização dos imóveis este ano já chega a algo entre 15% e 18%, em relação ao ano passado.
Isso indica que a melhor fase para comprar acabou em 1993 e a possibilidade de fazer um excelente negócio é hoje bem menor.
Entretanto, esses especialistas acreditam que o movimento de alta vai continuar pelo menos até meados do ano que vem, quando oferta e procura devem equilibrar-se, estabilizando os preços.
"A alta deve ser de cerca de 15% até julho de 95", prevê Roberto Capuano, presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis). "Desde que o Plano Real dê certo e a inflação continue sob controle", diz.
Até julho passado, o preço dos imóveis era fixado em dólar. Na virada para o real, os valores foram convertidos para a nova moeda, mas sem considerar a desvalorização do dólar.
"Quem estava vendendo um apartamento por US$ 100 mil fez a conversão na paridade um dólar igual a um real, ou seja, passou a querer R$ 100 mil", diz Luiz Antonio Pompéia, presidente da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).
Só nesta conversão, os preços tiveram uma alta de 15%, já que um dólar vale hoje cerca de R$ 0,85. E essa valorização foi facilmente absorvida pelo mercado, diz Pompéia.
Segundo Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, diretor da Adviser Consultoria, a procura maior tem sido por apartamentos de três dormitórios compactos (com área útil reduzida).
Os lançamentos de novos prédios confirmam essa tendência. Segundo pesquisa mensal da Embraesp, dos 3.106 apartamentos lançados na região metropolitana de São Paulo em outubro, 1.473 são de três dormitórios (47,42% do total), com área útil média de 82,92 metros quadrados.
A pesquisa da Embraesp indica ainda que os preços médios subiram 18% este ano, até outubro, em relação ao ano passado. "A alta concentra-se no mês de agosto", diz Pompéia, relacionando a valorização dos imóveis à conversão dos valores para real.

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