São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo vai manter a mesma base em 1995

Nesta semana, acertei a minha permanência no São Paulo. Eu tinha convites de vários clubes do Brasil e de vários países, como Argentina, Colômbia, Espanha e até Grécia, mas decidi permanecer no clube.
No ano que vem, pretendo continuar a trabalhar da maneira que eu gosto, usando ao máximo os jogadores que já estão no elenco. Nos mais de quatro anos em que estou no clube, foi feito um trabalho de base que já está dando frutos.
Do "expressinho", muitos jogadores serão aproveitados. É um time que tem boa qualidade técnica. O lateral-direito Pavão, por exemplo, já está no time titular. O Juninho é uma realidade. O zagueiro Nélson melhorou muito e já temos confiança em escalá-lo. O Catê também evoluiu muito neste semestre.
Em relação a contratações, não vamos fazer muitas. Estamos trabalhando com prioridades. Nas posições em que temos necessidades urgentes, como uma vaga no ataque, vamos tentar comprar jogadores melhores do que os nossos.
Podemos também buscar alguma troca que ajude a reforçar a equipe.
Foram vários os motivos que me levaram a ficar. Em primeiro lugar, já estou no São Paulo há mais de quatro anos. Tenho pleno conhecimento de tudo o que acontece no clube.
Nele, eu recebo todas as facilidades, condições para trabalhar, não sou molestado por ninguém. Tudo o que fiz no São Paulo, fiz com inteira liberdade, sem que ninguém me recriminasse ou procurasse interferir.
A diretor sempre me apoiou em tudo o que quis fazer. Sempre tive um elenco à altura para trabalhar. Sempre tive condições de fazer os treinos como eu gostaria, com campos bons inclusive.
Além disso, a condição financeira de todos no clube –jogadores, funcionários e comissão técnica– é cem por cento.
Mas talvez o grande motivo de minha permanência é a torcida. Ele sempre nos prestigia, acredita, confia. Mesmo neste ano em que não tivemos sucesso, eles procuraram ajudar a equipe.
Tenho recebido muitas cartas, a maioria de garotos entre 10 e 15 anos, e procuro sempre respondê-las. Eles e toda a torcida pediram muito para que eu ficasse e isso contou muito na minha decisão.
O único ponto que estava "pegando" é em relação às minhas férias. Eu acho que um mês de férias é muito pouco para o que trabalho durante um ano. Preciso de mais tempo para descansar e passar com a minha família. A diretoria do São Paulo entendeu bem isso e por isso resolvi ficar.
Telê Santana, 63, é técnico do São Paulo e escreve aos domingos na Folh

Texto Anterior: Goleiro Humberto prevê muito trabalho hoje
Próximo Texto: Elite do interior faz a final do basquete
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.