São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
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Suprema ganha mais força com motor 4.1

DA REDAÇÃO

O carro nacional mais caro e sofisticado é o Chevrolet Omega CD (e sua versão perua, a Suprema 4.1 CD). Eles perderam o motor 3.0 (de 3.000 cc) importado da Alemanha e ganharam o motor 4.1 (de 4.100 cc) nacional, o mesmo que fez a fama dos Opala.
Apesar de ser um projeto antigo, este motor –com comando de válvulas no bloco– melhorou a dirigibilidade. O carro ganhou mais força em baixas rotações e ficou mais agradável de guiar. Também ficou mais barato.
A Suprema CD 4.1 avaliada custa R$ 40,8 mil (cerca de US$ 48 mil). É cara, apesar do motor grande. Dá para comprar um BMW 318i sedã ou um Mercedes-Benz C 180, com o prestígio e qualidade das marcas alemãs.
A Suprema se destaca pelo grande espaço interno, elevada cilindrada e eletrônica. Também por oferecer maior rede de assistência técnica. Mas parte dos importados tem garantia por dois anos.
O desempenho do carro (veja números do teste no quadro ao lado) mudou muito pouco com o aumento tão grande de cilindrada. Afinal são 1.100 cc a mais (um motor de Mille e mais um motor de moto Honda C-100 Dream, só para ilustrar).
O motor 4.1 teve um "banho de loja": no lugar do carburador entrou uma injeção de combustível multiponto sequencial gerenciada em conjunto com a ignição variável. Tecnologia atual.
O modelo ficou mais forte, mas não se tornou um carro ágil. Ao contrário, continua dando impressão de pesadão.
As respostas do motor, volante e câmbio são lentas. É difícil um carro grande ser ágil, parecer pequeno "nas mãos". A Suprema 4.1 não consegue.
O motor melhorou em baixas rotações, mas perdeu fluidez na passagem de médias para altas rotações. "Sobe de giro" mais lentamente.
O câmbio ficou mais longo –para aproveitar melhor o torque em baixas rotações. O componente mudou, mas continua com o curso da alavanca longo demais, embora proporcionando engates precisos.
O volante é muito grande e fino na empunhadura. A forração em couro é agradável e permite regulagens em altura.
Em conforto, a Omega Suprema é imbatível. Tem muito espaço interno para passageiros e para bagagens. Ideal para famílias de até cinco pessoas em viagens.
O problema crônico do carro é que, sem o uso do ar-condicionado, o interior se aquece, especialmente na região próxima ao túnel central (passagem do eixo cardã).
O acabamento é satisfatório e transmite sensação de qualidade. O ponto alto é a suspensão.
Sólida, permite grande estabilidade em curvas e em altas velocidades. Com tração traseira –a caixa do diferencial é fixa e fica presa no chassi, dispensando o tradicional eixo rígido atrás–, a Suprema é gostosa de dirigir na estrada, mesmo com curvas.
O nível de equipamentos de segurança é bastante elevado. Tem reforços laterais nas portas e freios ABS (não derrapam).
Fazem falta o airbag (almofada que se infla à frente do motorista em colisão) e os pré-tensionadores dos cintos de segurança (equipamentos oferecidos por alguns de seus concorrentes).
Ponto naturalmente fraco em carros desse porte é o consumo. Afinal não é com pouca gasolina que se circula com um motor de 4,1 litros por aí.

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