São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Itamar aproveita viagem aos EUA para namorar

Presidente deixa reuniões para FHC e se dedica a June

SILVANA QUAGLIO
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

Itamar Cautiero Franco foi mais o namorado de June Drummond do que o presidente do Brasil durante sua viagem a Miami. O presidente participou protocolarmente da Cúpula das Américas, que reuniu pela primeira vez 34 chefes de Estado do continente.
Hospedado numa das melhores suítes do hotel Fontainebleau Hilton a convite do governo americano, Itamar participou dos encontros oficiais, mas não teve nenhum encontro com outros chefes de Estado.
Este papel foi cumprido pelo presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, que conversou informalmente com o presidente americano, Bill Clinton, em pelo menos duas ocasiões, além de manter contato com outros presidentes.
Cônsul
June não fez parte da comitiva oficial do presidente, mas foi hospedada pela cônsul brasileira em Miami, Vera Machado, e foi acompanhada o tempo todo, desde sua saída de Brasília, pela mulher do chefe do cerimonial do Palácio, Heloísa de Vincenzi.
Acompanhada do filho, Brenno, de cinco anos, June tentou fazer compras na tarde do sábado, mas sentiu-se acuada quando notou a presença da imprensa na Syms -uma loja de fábrica localizada na região noroeste de Miami.
Por volta das 17h (hora local), ela e o filho chegaram ao hotel Fontainebleau. Sua maior preocupação era evitar que o filho fosse fotografado e escapar das perguntas dos jornalistas.
June e Brenno foram até a suíte de Itamar, no 14º andar, de onde se tem uma esplêndida vista do mar. Pouco depois das 19h, Itamar e June deixaram o hotel, tentando evitar mais uma vez a imprensa. Os dois foram para o subsolo, mas acabaram sendo descobertos no caminho.
Conduzindo June pelo braço, Itamar a levou até o carro da comitiva –um Chrysler, modelo New Yorker, prateado–, que os transportaria para o consulado brasileiro.
Inauguração
Lá, Itamar participou do seu único evento paralelo à Cúpula: a inauguração de suas novas salas para atendimento ao público e para o setor comercial.
Numa cerimônia simples e rápida, Itamar descerrou a placa de inauguração tendo sempre June ao seu lado.
Durante os discursos da cônsul e de dois empresários da comunidade brasileira em Miami (50 mil brasileiros vivem no sul da Flórida), Itamar segurou discretamente a mão de June.
Vestindo uma saia longa azul marinho, blusa branca e lenço colorido sobre o colo, June não falou nem foi cumprimentada por ninguém.
Na platéia, onde menos de cem pessoas ouviam Itamar falar palavras emocionadas sobre o Brasil –"o país que tenho no fundo do meu coração"–, era possível ouvir sussurros de curiosidade e também comentários elogiosos sobre a moça que acompanhava o presidente.
O jeito simplório de Itamar não o impediu de declarar que o fato de ter ficado próximo ao presidente Clinton durante a cerimônia de abertura da Cúpula foi "apenas sorte".
Enquanto isso, Fernando Henrique e os demais chefes de Estado participavam de uma festa de gala oferecida pelo casal Clinton, com direito a show –onde se apresentaram Lisa Minelli e a brasileira Daniela Mercury, entre outros artistas–, viagem de iate, jantar na Maison Vanderbilt, numa ilha próxima à costa de Miami, e queima de fogos.
Itamar, June e seus acompanhantes –os ministros, Celso Amorim (Relações Exteriores) e Mauro Durante (Secretaria Geral da Presidência)– tomaram os carros da comitiva, escoltados por dois carros de polícia, rumo ao hotel.
Na volta não chegaram a entrar no hotel. Combinaram rapidamente o programa e foram para a residência da cônsul, onde um jantar comemorava o aniversário do seu marido, Ronald Machado. June ficou lá e Itamar voltou para o hotel, depois do jantar.
Depois do encerramento da Cúpula, ontem, Itamar retornaria ao hotel para o almoço e sairia às 15h para Washington. June seguiria para a capital americana em avião comercial.
Itamar fica hospedado na residência oficial da embaixada e June deve ficar com amigos. Ela morou em Washington por oito anos, antes de retornar ao Brasil em abril passado. Seu filho Brenno ainda mora lá com o pai, Paulo Aquiles Valério.

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