São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994 |
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Irene Papas encarna imperatriz Teodora
JAIR RATTNER
Nascida em 500 d.C., Teodora foi dançarina e prostituta e, aos 18 anos, já tinha dois filhos. Depois de ir viver com o governador da Líbia, fugiu e retirou-se por dez anos para um convento em Alexandria. Quando voltou a Bizâncio, casou com Justiniano, que era sobrinho e herdeiro do imperador –apesar da oposição da Igreja. O auge do seu poder foi após ter ajudado Justiniano a combater a revolta Nika. Teodora morreu com 48 anos. Contracenando com um coro formado por 17 homens, e utilizando um cenário de estandartes de santos da Igreja Ortodoxa grega, Irene Papas dividiu a peça –que é falada em inglês– em duas partes. Na primeira, conta a história de Teodora. Na segunda relata seus conflitos psicológicos. Irene Papas tornou-se uma atriz conhecida fora da Grécia depois do seu papel em "Zorba, o Grego" e contracenou com Cláudia Ohana no filme "Erêndira", de Ruy Guerra, adaptação de uma história de Gabriel Garcia Márquez. A atriz concedeu a seguinte entrevista à Folha. Folha - A senhora dá um tom feminista à peça. Por quê? Irene Papas - Não é feminista, mas feminino. Isto é uma coisa completamente diferente. Você quer que eu fale como um homem? Sou uma mulher, eu penso deste jeito e sofro desta maneira. As mulheres também têm inteligência, têm questionamentos e não estão apenas ajudando outras pessoas. Folha - A senhora não tem feito cinema... Papas - Claro que tenho feito. Agora está saindo o filme "Jacob" que fiz para a televisão americana. É dirigido por Peter Hall e com o Matthew Modine como ator e eu faço o papel de sua mãe. Tenho feito teatro, cinema e televisão. Folha - A senhora tem planos de levar esta peça ao Brasil? Papas - A dificuldade é a língua. Não posso aprender português, que é muito difícil, e já não tenho tempo para isso. Falo espanhol, italiano, inglês, grego e um pouco de francês. Se quiserem que eu faça algo nessas línguas terei muito prazer. Folha - Quais são seus próximos planos? Papas - Vou fazer um filme com Michael Cacoyannis, também sobre Bizâncio com o título de "Nascida para a Púrpura" (Born to the Purple). Vai ser a vida de Zoé, uma outra imperatriz. Começamos a rodar em abril e vai ser uma grande produção. Folha - Por que mais uma história sobre as imperatrizes de Bizâncio? Papas - Porque havia tantas imperatrizes. Trata-se de um período histórico muito interessante, que pouca gente conhece e é sempre bom contar algo que poucos conhecem. Você não gostou? Texto Anterior: Fernando Pessoa criou slogan para Coca-Cola; Michelle Pfeiffer é a preferida dos britânicos; Fã paga US$ 25 mil por vôo com Tom Cruise; Museu italiano exibe crucifixo de Verocchio Próximo Texto: Auge foi na década de 60 Índice |
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