São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Russos invadem a Tchetchênia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas russas invadiram ontem a República Autônoma separatista da Tchetchênia (no Cáucaso, sudeste da Rússia).
Cerca de 200 blindados deixaram as províncias da Ossétia do Norte, Inguchétia e Daguestão e se posicionaram a 20 km de Grosni, a capital, no final da tarde.
Uma comitiva tchetchena, liderada pelo vice-premiê Taimas Abubakov deve ir hoje a Vladikavkav (capital da vizinha Ossétia do Norte) negociar uma saída pacífica para a crise.
Durante a ação russa houve quatro mortos e sete feridos, segundo as autoridades tchetchenas. Aviões russos U-27 bombardearam Grosni à noite. As milícias tchetchenas abriram fogo contra os aviões.
Oito blindados russos foram capturados, e seus ocupantes presos. Tanques russos passaram ontem por Znamenskoye (90 km ao norte de Grosni), principal foco dos separatistas, sem confrontos.
Houve conflitos entre as tropas russas e militantes inguches simpatizantes da Tchetchênia.
Helicópteros russos bombardearam a região perto da fronteira entre Inguchétia e Tchetchênia para abrir passagem para tanques.
Cinco inguches morreram e dez ficaram feridos, segundo o governo da Inguchétia. Entre os mortos está o ministro da Saúde.
Em Grosni, o presidente tchetcheno, Djokhar Dudaióv, disse que seu país vai se defender, e atribuiu a invasão a "círculos imperiais reacionários russos".
Em Moscou, o presidente russo, Boris Ieltsin, disse que vai buscar uma saída política para a crise, evitando a intervenção militar.
Anteontem, Ieltsin havia autorizado o uso de força para conter o movimento independentista.
Houve protestos de partidos liberais pela ação. O presidente da Comissão de Defesa da Duma (Câmara), Serguei Iushenkov, pediu a destituição de Ieltsin.
A Tchetchênia, território russo há 200 anos, busca sua independência desde 1991.
A população, de cerca de 1,2 milhão de pessoas, é de maioria muçulmana. A região é um importante centro petroleiro russo.

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