São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994
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'Disque-Silêncio' só funciona de dia

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Regulamentado pela prefeitura na semana passada, o serviço Psiu, conhecido como "Disque-Silêncio", já é alvo de reclamações de moradores vizinhos de bares ou casas noturnas.
O motivo: o serviço não funciona após as 18h nem nos finais de semana –justamente os dias e horários em que ocorre a maioria das reclamações contra o excesso de barulho.
A Divisão de Controle de Poluição da Secretaria de Meio Ambiente, responsável pela fiscalização, diz ter apenas dez fiscais para fazer as blitze
Também alega que a falta de funcionários impede o plantão para receber as denúncias nos sábados, domingos e à noite.
O coordenador da Divisão de Controle de Poluição da secretaria, Norival Pereira, admite que não há possibilidades de realizar fiscalização intensiva com apenas dez funcionários (leia texto abaixo).
O serviço é baseado em decreto assinado na última sexta-feira, que criou a chamada Lei do Silêncio (n.º 11.501).
Com a nova lei, o valor máximo da multa passa de R$ 265,40 para R$ 9.348,00.
Além de se beneficiarem da falta de fiscais na Secretaria do Verde, bares e casas noturnas também se favoreceram de um artigo colocado no decreto e que não estava na lei original: prazo de 180 dias para se adequarem à legislação.
"Passei o fim-de-semana todo ligando e o telefone de denúncias não atendia. Hoje (ontem) consegui falar, mas eles informaram que só aceitam denúncias por escrito", disse a microempresária Ana Dias Noce, 43, que mora no Aeroporto (zona sul de São Paulo). Ela é vizinha de um bufê infantil.
A corretora de imóveis Maria Aparecida Costa, 47, moradora da Bela Vista, diz que já "cansou de ligar para o Psiu" (Programa de Silêncio Urbano) para reclamar do barulho dos cafés na Bela Vista (região central).
"Não sei mais a quem recorrer. Moro aqui há cinco meses e já fui à administração regional, prefeitura, delegacia e Defesa Civil."
Psiu - Funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta. Tel: 283-2788 - Fax: 283-1827. Denúncias também podem ser feitas por carta endereçada à av. Paulista, 2.073 - Cep: 01311-940

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