São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994
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'Transo para ajudar em casa'

FABIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O garoto U.O.S.A., 14, faz programas com homens há sete meses. Diz que fica triste, mas acha "melhor do que roubar".
Magro, com cerca de 1,5 m de altura, o garoto mora com a mãe e quatro irmãos na casa de uma tia, na periferia de Recife. Sonha em comprar uma casa para a família.
Agência Folha – Quanto você ganha por dia?
U.O.S.A. – Ganho R$ 7,00 vendendo picolé e mais R$ 10,00 com a transa, porque só saio uma vez por noite.
Agência Folha – O que você faz com o dinheiro?
U.O.S.A. – Dou para minha mãe. É para a gente comer. Mas às vezes eu gasto um pouco jogando videogame.
Agência Folha – Como os homens chegam em você?
U.O.S.A. – Eles encostam e perguntam o nome e a idade, porque gostam mesmo é dos novinhos. Uns perguntam se a gente tem pênis grande.
Agência Folha – O que você acha de transar com homens?
U.O.S.A. – Fico triste com isso, mas é melhor do que roubar. Transo para ajudar em casa.
Agência Folha – Você usa camisinha?
U.O.S.A. – Uso, mas a maioria não usa. Têm uns clientes que pedem para não usar. Falam que pagam mais.(FG)

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