São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Tucano reedita governo Collor e faz até elogios

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Fernando Henrique Cardoso vai reiniciar o governo de Fernando Collor de Mello. É o que salta do discurso de ontem aos senadores.
A grande novidade de sua fala está na ausência de novidades. A "agenda de modernização" de Fernando Henrique é a reedição da "modernidade" que Collor importou do exterior em 1989.
Como Collor, o novo presidente falou em: "reforma do Estado", "abertura da economia", "avanço da privatização" e "flexibilização dos monopólios estatais".
Sem mencionar o nome, o próprio FHC deu crédito a Collor: "Isto começou a acontecer no governo anterior ao do presidente Itamar Franco". Prudente, ressalvou: "Infelizmente, de uma maneira atabalhoada, num ambiente político poluído."
Igual no conteúdo, Fernando Henrique prometeu ser diferente na forma. Repisou o chavão de que a estabilização da economia virá por "um processo."
Para que não pairassem dúvidas, aditou: "Nada a ver com derrubar a inflação com um tiro só".
Ilhado pelo PFL, PTB e PMDB, os mesmos partidos que se acercaram de Sarney e Collor, FHC foi tímido ao tratar do clientelismo político. "É quase página virada da política brasileira". Ao "quase", acrescentou: "Pode sobreviver como uma realidade local, mas não creio que tenha fôlego para continuar dando o tom."

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