São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Ladrões jogam dinheiro ao fugir de banco

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Um assalto a uma agência do Banco do Brasil acabou ajudando a melhorar o Natal de algumas das pessoas que passavam pela rua Conde de Baependi, no Catete (zona sul do Rio), às 11h de ontem. Na fuga, os ladrões jogaram para o ar notas de R$ 10 e R$ 100.
Em menos de um minuto, a rua, uma das mais movimentadas do bairro, ficou repleta de gente agachada tentando pegar o dinheiro, que fugia com o vento.
O biscateiro José Fernandes conseguiu pegar R$ 30. Um pouco decepcionado com a quantidade, ainda conseguia fazer planos. "Vou comprar carne, fazer um churrasco", dizia enquanto procurava escapar rapidamente do local.
Um ônibus parou, atravancando o trânsito, e os passageiros desceram para tentar pegar algumas notas. "A maioria do dinheiro quem pegou foi o pessoal do ônibus. Eu procurei um lugar para me esconder", disse um guardador autônomo de carros que não deu o nome.
Uma cliente do banco que se identificou apenas por Lurdes disse ter devolvido um pacote com notas de R$ 100. Aparentando cerca de 60 anos, ela disse não saber quanto tinha no pacote.
Além de terem jogado dinheiro para o alto –como tentativa de dificultar uma possível perseguição da polícia–, os assaltantes usaram outro expediente para dificultar a ação policial.
O cabo Paulo Cezar Marques, do 2º Batalhão de Polícia Militar, disse que seu carro foi deslocado para Botafogo (zona sul), onde um telefonema informara haver uma assalto à agência do Banco Nacional que não ocorreu. "Chegamos lá e era negativo. Soubemos então do assalto aqui, mas tivemos dificuldades com o trânsito", disse.
Ele informou que 15 pessoas participaram do assalto e levaram R$ 20.744. Entre seis e oito assaltantes estavam na agência e receberam as armas de uma mulher idosa que as levava em uma bolsa.
Testemunhas viram seis homens em duas motos fugindo em direção à rua do Catete. Segundo a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Estabelecimentos Financeiros, um Escort também foi usado na fuga dos assaltantes.
Menos de uma hora depois do assalto, já era difícil saber o que era verdade ou mentira. Um vendedor de uma loja vizinha ao banco disse que um guardador de carros conseguiu pegar R$ 700.

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