São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ação da PM não impede queixas dos moradores

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o esquema especial de segurança montado pela Polícia Militar, ontem, tranquilizou os moradores do Pacaembu, antes da primeira final do Campeonato Brasileiro.
Para os moradores, os principais problemas em dias de jogo são o excesso de carros estacionados nas ruas e em frente às garagens, torcedores que urinam nos portões das casas, acúmulo de lixo nas ruas e barulho.
Eliane Cerchiari, 45, moradora da rua Itatiba há dois anos, disse montar guarda em frente de casa, em dia de jogo, para evitar que estacionem em frente à sua garagem.
"Para os guardadores não faz diferença se pararem em frente às garagens. É até melhor, pois eles ganham mais."
Eliane também reclamou do acúmulo de lixo na rua e disse que "as árvores viram banheiro público."
A maior preocupação de Eliane, ontem, era não deixar seu filho, José Eduardo Leitner, 16, sair de casa vestido com a camisa do Palmeiras. "É perigoso", disse.
Para a empresária Miriam Rocha, 44, moradora da rua Ubatuba, a região "vira um inferno", em dia de jogo.
"Depois do jogo eles sentam na sarjeta e ficam tomando cachaça e gritando", disse.
Para Miriam, "o pior não é quem vem ver o jogo, mas os guardadores de carro, que ficam brigando e discutindo entre si."
O aposentado Aristeu de Moraes, 67, disse deixar o carro na garagem desde horas antes do jogo. "Uma vez deixei na rua e arranharam meu carro".
Ele disse que, depois dos jogos, os torcedores urinam em toda parte, no meio da rua, nas árvores.
"Outro dia tinha um urinando no portão da minha casa. Eu gritei para ele ir fazer isso em outro lugar, mas ele fingiu não me ouvir e continuou normalmente. Eles não têm educação", disse.
Maria Teresa Homem de Mello, 57, que mora na rua Cássio Martins Vilaça, disse não sair de casa no horário em que o jogo acaba. "Tenho medo. As torcidas dos times que perdem ficam enfurecidas."
José Eduardo Leitner disse já ter visto duas brigas entre torcidas em frente à sua casa.
A mais recente foi este ano, após uma partida entre Santos e Vasco, no Pacaembu.
"A torcida Força Jovem, do Santos, atirou pedras contra os ônibus dos torcedores do Vasco", disse.
Manoel Combacau, 59, que mora na rua Itapemirim há 51 anos, disse já estar acostumado com o movimento em dias de jogo.
"É claro que é um aborrecimento, dependendo do jogo", disse.
"Eles não deixam ninguém estacionar em frente às garagens", afirmou.

Texto Anterior: BASQUETE
Próximo Texto: Controle é feito por 70 técnicos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.