São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Brasil é país 'parcialmente livre', diz entidade de direitos humanos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A entidade de defesa dos direitos humanos Freedom House divulgou ontem em Washington seu relatório anual. Segundo ele, o número de democracias no mundo atual é o maior da história (114), mas muitas são instáveis.
O Brasil foi classificado como "parcialmente livre", mesma categoria em que estava em 1993. Mas a Freedom House reconheceu que em 1994 o país obteve ganhos na direção de "maior liberdade".
O embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, enviou a Adrian Karatnycky, presidente da Freedom House, carta de protesto pelas referências ao Brasil no relatório.
A entidade diz que o processo político e o sistema judiciário no Brasil "são contaminados por altos níveis de corrupção e influência de cartéis de drogas... apesar de progressos na expansão dos direitos políticos".
Flecha de Lima disse que essas afirmativas são "irresponsáveis e injustificáveis" e "em nada ajudam para estimular um debate objetivo e aberto sobre a situação atual e perspectivas" do Brasil.
O Brasil está classificado no relatório ao lado de países como Guiné-Bissau, Gana, Haiti, Jordânia e abaixo de Argentina, Bahamas, Bulgária, Equador, Panamá, Guiana, Israel e África do Sul, considerados "livres".
Na segunda-feira, o embaixador brasileiro havia respondido a outro relatório de entidade pró-direitos humanos, a Human Rights Watch, que, para Flecha de Lima, ignora "o extraordinário progresso verificado (no Brasil) nos últimos anos nos campos da promoção dos direitos humanos e da consciência da cidadania". (CELS)

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