São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 1994
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Médicos se negavam a fazer testes, diz professor

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Dalton Chamone, disse ontem ter enfrentado problemas com médicos de São Paulo que se negavam a fazer o teste para detectar a presença do vírus HTLV-1.
"Na rede de hemocentros de São Paulo, a realização do teste não era incentivada. Os médicos achavam o teste muito caro e desnecessário", contou Chamone.
Hoje, esta resistência é bem menor, depois de muito trabalho de conscientização sobre a doença.
Em 16 de novembro de 1993, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a realização do teste anti-HTLV-1. Chamone, que também é professor de Hematologia e Hemoterapia da USP e presidente da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de SP, afirmou que o Brasil é o único país da América Latina a ter uma legislação para o HTLV-1.
O teste custa R$ 9,77 por paciente e é pago pelo Sistema Unificado de Saúde. A coordenação de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde fez a portaria e a Secretaria da Vigilância Sanitária tem a atribuição de fiscalizar a realização do teste. Os médicos que desobedecerem a portaria podem ser presos, disse Chamone.
O diretor do Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, Aloysio Campos da Paz, disse ontem que muitos bancos de sangue não realizam o teste HTLV-1.

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