São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 1994
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São Jorge e porcão da maldade travam uma guerra diferente

BORIS FAUSTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao longo deste século, Corinthians e Palmeiras travam uma guerra diferente. Uma guerra comum visa à destruição física do inimigo. Neste caso, não é isso que se pretende. Os dois clubes vivem a guerra pela guerra e a extinção de um pelo outro seria a pior das desgraças, triste como o fim da História.
Já pensaram se, um belo dia, o torcedor corintiano levantasse da cama e descobrisse que o Palmeiras fora extinto e o Parque Antarctica leiloado? Ele descobriria que o mundo tinha ficado menor. Para onde dirigir as gozações, a raiva, a alegria dos triunfos e a tristeza das derrotas? O Palmeiras é um inimigo íntimo, que é preciso colocar no devido lugar –a lanterna do campeonato–, mas nunca destruir.
Como futebol tem lógica, podemos dizer que o jogo de quinta-feira valeu pelo título. O Palmeiras entrou completo, graças a uma manobra com cheiro de leite. Perguntar não ofende: por que, de uns anos para cá, o Palmeiras sempre foi ajudado pela arbitragem?
Só por milagre o Corinthians conquista o título. Como os milagres caem do céu e não são sensíveis aos satélites, vou cortas os fios da televisão e rezar para que São Jorge não desampare os corintianos devotos e resolva acertar uma boa espetada no porcão da maldade.

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