São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Corinthians é uma paixão que volta sempre a nos enfeitiçar

CARLOS RIOS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Corinthians é um, é único.
O Santos acabou. Fechou na década de 70, quando o camisa nota dez abandonou o barco.
O São Paulo, coitado, até o Morumbi foi interditado. Vergonha.
O Palmeiras vendeu a alma ao diabo.
Trocou um nome por um pacote de leite. Mudou a cor da camisa por alguns verdes desbotados.
Uma derrota alvinegra é para nós, amantes desta paixão, uma vergonha tão grande como a absolvição de um Collor, tristeza comparável à da perda de Tom Jobim.
Corinthians, lindo e superior como os versos que Antônio Brasileiro, nosso maestro soberano, musicou.
Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela galera que vem e que passa, num doce balanço a caminho do estádio.
Quero fazer-te um juramento, uma canção. Eu prometo por toda a minha vida ser somente teu e amar-te como ninguém jamais amou.
Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração.
O que eu faço contra o encanto deste amor que eu nego tanto, evito tanto e que, no entanto, volta sempre a enfeitiçar.
Corinthians, samba de uma nota só: amor.

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