São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Tom Jobim foi maior que TV

SÉRGIO DÁVILA
DA REVISTA DA FOLHA

Em entrevista de duas –curtas– horas a este repórter no ano passado, Tom Jobim (1927-1994) reclamou que só merecia espaço na mídia local em má notícia. Dito e feito.
É de uma lógica perversa. Há poucos dias, Tom lançava um disco, o primeiro em sete anos. A repercussão foi pífia na TV. No dia 8, ele virou notícia.
Globo, Bandeirantes, Cultura e Manchete se destacaram na cobertura fúnebre, que ganhou versão estranhamente lacônica na programação do SBT.
A Globo apresentou um bombardeio de boas imagens e informações. Saldo: dois "JN", um "Globo Repórter", um especial e até uma vinheta com a música "Garota de Ipanema".
A Bandeirantes surpreendeu no jornal principal e num bem-vindo especial. A Cultura foi atrás com reprises de show no Ibirapuera e "Roda Viva".
Na cobertura toda, porém, a melancolia de apresentadores e equipes denunciou uma ingenuidade: esperava-se uma comoção à Senna. Faltou o povo.
Tom Jobim não era herói popular e não morreu jovem, na TV. Mas sua obra é maior. E fica.

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