São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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'Pobre está longe do que é material'

ANTÔNIO ABEL E ALEXSANDER PACOTTE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Está chegando o Natal e milhares de pessoas vão às lojas, supermercados e shoppings centers para comprar presentes.
Só que existe um outro lado. Enquanto isso, outras milhares de pessoas passam fome e dormem na sarjeta.
Esse tipo de coisa não acontece só na periferia, mas em toda parte da cidade em que moramos. Pobre sempre está longe do que é material.
O pobre não tem moradia, comida, e, principalmente, o sonho do presente de Natal.
No Brasil isto não é novidade. A maioria da população sofre este tipo de problema.
Sendo assim, o Natal no Brasil é marcado pelos contrastes sociais.
Para aqueles que podem comemorar, as festas natalinas são cheias de felicidade.
Para os que não podem nem ao menos sobreviver direito, muito menos comemorar, o Natal é um feriado como outro qualquer.
É melhor pensar no que vem depois do Natal, a passagem de ano. Então entraremos em 95, que vai ser um ano cheio de alegrias e tristezas para todos. Mas essas alegrias e tristezas são as consequências naturais da vida.
Seria bom que em 95 tivéssemos um Brasil igual, com toda a população dividindo o pão de cada dia.
Mas sabemos que isso não vai acontecer. No Brasil, o pobre não tem direito ao mínimo que uma pessoa necessita para poder sobreviver. Como, então, o pobre vai poder pensar em presentes de Natal?

ANTONIO ABEL, 16, e ALEXSANDER PACOTTE, 16, são estudantes

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