São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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"CNT me deve dinheiro", diz Clodovil

DA REDAÇÃO

Fora do ar, a voz de Clodovil continua a ser dissonante. A versão que dá de seu desentendimento com a CNT-Gazeta é diferente da divulgada pela emissora.
Segundo ela, ele foi demitido "por desrespeito à hierarquia e assuntos internos da empresa, constantes desentendimentos com a equipe de trabalho e ofensas públicas ao presidente da empresa, José Carlos Martinez". Para Clodovil, "o problema é que eles me devem muito dinheiro".
Ao que parece, o apresentador não vai ficar muito mais tempo sem disparar aquele bordão, "olha para a lente da verdade". Diz ter duas propostas para voltar à TV. Enquanto isso, afirma que Jô Soares está aproveitando sua ausência da telinha para imitá-lo.
Folha - Sua saída da CNT-Gazeta foi por motivos pessoais?
Clodovil - Não tenho nenhuma briga pessoal com eles. Eles precisam de qualquer argumento para tentar uma justa causa. Me devem uma parte do dinheiro que eu deveria ter recebido no ano passado e uma parte deste ano.
Vocês deveriam ver como é o comportamento deles com todas as pessoas que trabalham lá. Levou-se para o lado pessoal porque é mais cômodo.
Folha - Você quer continuar na TV?
Clodovil - Não quero nem deixo de querer. Tenho duas propostas. Mas a gente pensa que comanda as coisas. Tudo o que acontece já é videoteipe...
Folha - Você teve propostas de quem?
Clodovil - Não vou contar, porque nada está certo.
Folha - Você nunca teve problemas com a emissora devido a entrevistas que fez e declarações que deu? Por exemplo, a entrevista com Adriane Galisteu, em que você teria feito insinuações sobre o Senna (teria sugerido que o piloto era homossexual)?
Clodovil - Também não é verdade. Aquilo está na gravação. Eu perguntei para ela uma coisa que para mim parecia importante, porque aí tem um subtexto: perguntei se ele era bom de cama. Ela não respondeu nem que sim nem que não, porque ela não responderia mesmo. Não podia responder...
Folha - E você insinuou mesmo que ela era oportunista?
Clodovil - Eu não a tratei como oportunista. Ela casualmente é.
Folha - Você abandonou totalmente a moda?
Clodovil - Sim. Aqui fica tudo no oba-oba, não há interesse econômico. Para você ver, a imprensa não fala das coisas boas do meu programa, só das ruins.
Mas uma coisa é verdadeira: na emissora em que eu estiver, dando dois ou dez pontos de audiência contra 95 da concorrente, meus assuntos são sempre muito comentados. Tudo que eu faço vira sucesso. Se você ligar no programa do Jô, vai ver que ele está fazendo exatamente do jeito que eu fazia.
Folha - Mas no que você acha que o Jô mudou?
Clodovil - Ele pergunta exatamente as coisas que eu perguntava. "Como foi a primeira vez? Conta, vai. Foi bom?" Porque, para dizer a verdade, todos nós somos movidos por essa coisa do sexo. Não porque ele seja importante, mas porque casualmente é o início da vida, meu bem.

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