São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Equipe de FHC quer evitar interferências

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, quer evitar qualquer interferência política na atuação dos bancos oficiais federais a partir do próximo ano. A reestruturação e saneamento desses bancos são pontos importantes para o sucesso do Plano Real.
A CEF (Caixa Econômica Federal) e o Banco do Brasil, por exemplo, devem fechar agências e reduzir custos com pessoal –demitindo pessoas, se for necessário.
Os dois bancos deixaram de ser concorrentes e a CEF adotará aos poucos o perfil de um banco voltado para a infra-estrutura social.
Os outros bancos federais são o Basa (Banco da Amazônia), o Banco Meridional e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico). A equipe econômica quer evitar que prevaleçam apenas critérios políticos na escolha dos novos diretores destes cinco bancos oficiais.
A CEF será presidida pelo atual ministro da Previdência Social, Sérgio Cutolo. Ele já acertou com FHC que vai escolher os diretores da instituição em acordo com Pedro Malan, novo ministro da Fazenda. O BNDES será presidido por Edmar Bacha, atual assessor especial do Ministério da Fazenda.
FHC se reuniu ontem com Malan, Bacha e Cutolo para discutir que política será adotada para os bancos oficiais a partir de 1995.
Também participaram Pérsio Arida, atual presidente do BNDES e indicado por FHC para presidir o BC (Banco Central), e Clóvis Carvalho, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
A área econômica está estudando também como resolver o problema dos bancos estaduais. Conforme a Folha já noticiou, o nome dos novos presidentes do Banespa (Banco do Estado de São Paulo) e do Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) devem ser indicados em comum acordo com o BC.
O Banespa e o Banerj são as instituições estaduais que apresentam as piores situações. A solução dos problemas deve vir junto com a renegociação das dívidas dos Estados, mas será necessário ainda demitir funcionários, reduzir e fechar agências, segundo o BC.
Outro banco em situação difícil é o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul). A avaliação de técnicos da equipe econômica é que não haverá dificuldades em resolver a situação destes bancos porque os novos governadores apoiaram FHC nas eleições presidenciais.

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