São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994 |
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Desemprego resiste ao crescimento mundial
CLÓVIS ROSSI
Idêntica avaliação, tanto sobre crescimento como sobre problemas de emprego, vale para a economia latino-americana, conforme relatório da Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina, organismo das Nações Unidas (leia texto abaixo). O tamanho do problema do desemprego pode ser mais corretamente aferido pelas previsões divulgadas pela OCDE. Embora a perspectiva seja a de que as economias de seus 25 membros entrem no próximo século com um crescimento médio de 3% do Produto Interno Bruto, o desemprego ainda estará, na média, em torno de 7% da força de trabalho. Para comparação: o desemprego dos 25 da OCDE, ao terminar 94, é de 8,2% de sua população economicamente ativa. Ou seja, apesar de um crescimento vigoroso nos próximos cinco anos, o desemprego cairá apenas 1,2 ponto percentual. No curto prazo, a situação do emprego é ainda mais complicada: a redução no percentual de desempregados, entre 94 e 96, será de magro 0,5 ponto percentual, apesar dos dois anos de crescimento previstos. Regiões Os ciclos econômicos, sempre de acordo com a OCDE, serão diferentes nas quatro principais áreas do planeta. Os Estados Unidos parecem ter atingido o pico de sua ascensão, com o crescimento de 3,9% esperado para 94. No ano que vem, o crescimento cai para 3,1%. Já o Japão atinge o pico em 96, com 3,4%, após pular de 1% este ano para 2,5% em 95. A Europa, ao contrário, mantém um ritmo constante: 2,3% em 94, 3% em 95 e 3,2% no ano seguinte. Por fim, os chamados "tigres asiáticos", o grande motor de crescimento econômico nos últimos anos, continuarão com "nível quente" de expansão, mas, de todo modo, levemente inferior ao registrado atualmente. Cairão dos 7,6% deste ano para 7,2% em 1995. A China, que luta para frear seu crescimento de 11,5% em 94, chegará em 96 ao patamar dos 9,5%. Também os países do Leste europeu têm perspectivas diferentes no futuro imediato. Três deles (Polônia, República Tcheca e Eslováquia) crescerão entre 3% e 4%, mas Bulgária, Hungria e Romênia ficarão abaixo desse percentual. O desemprego em 96 na região estará entre 4,5% na República Tcheca e 17% na Bulgária. Otimismo O relatório afirma que "as perspectivas econômicas para a área da OCDE no presente são melhores do que têm sido por muitos anos". Melhores, inclusive, no que diz respeito à inflação, que se manterá sob controle até o final do século. A previsão é a de que a média da inflação nos 25 países da OCDE esteja no patamar de 2,5% (anual) no ano 2000. Além do desemprego, a única outra má notícia no relatório diz respeito aos déficits orçamentários, que continuarão elevados. A perspectiva é de que o mundo rico entre no ano 2000 com déficit médio na faixa de 1,75% de seu PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional). *Com agências internacionais. Texto Anterior: Sarah Ferguson faz psicoterapia; Papa pede benção para Saddam; Tapie diz que pode tentar a Presidência; BBC fará emissão nos EUA; Andrés Pérez nega acordo com Collor Próximo Texto: EUA têm novo déficit Índice |
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