São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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Ativista ganha salário mínimo

DA SUCURSAL DO RIO

A maioria dos ativistas dos comitês da campanha contra a fome ganha menos de cinco salários mínimos (R$ 350). A afirmação é do economista Maurício de Andrade, coordenador do Comitê Rio.
"A maior parte dos doadores de alimentos é de classe média baixa. A solidariedade é maior entre a pobreza, que entende a luta pela sobrevivência", afirma Andrade.
Elenir de Jesus, 42, servente de uma escola pública, estava entre as 200 pessoas que organizavam, na última quinta-feira, as cestas básicas do Natal Sem Fome em um galpão na zona oeste.
Ela ganha salário mínimo e coordena o comitê do morro Santo Amaro, na Glória (zona sul).
"Sustento três filhos sozinha, mas me revolto quando vejo gente mais miserável ainda. O pobre tem coração grande", disse Elenir.
O pedreiro Cleber Lima, 54, é um dos ativistas do comitê de Inhoaíba (zona oeste). "Temos mais 'precisões' do que os ricos, que não ajudam porque não têm idéia do que a gente passa", diz.

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