São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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Cobertura tem área reduzida

PABLO PEREIRA
DA REDAÇÃO

Imóveis de cobertura lançados este ano em São Paulo tiveram área útil reduzida em um terço. O maior "aperto" médio ocorreu nas unidades com dois quartos (27%) (veja quadro ao lado).
Os dados são do estudo do Datafolha, que mede a variação da área útil dos imóveis lançados por tipo, comparando-os com os resultados de 1993.
No tipo cobertura de dois quartos, a redução equivale a 20,8 m2, a metade da média atingida no ano pelos apartamentos de um dormitório (41,5 m2).
Houve diminuição de área em todos os tipos de cobertura. A de quatro dormitórios perdeu 59 m2 em média, o equivalente a um apartamento de dois quartos, na Aclimação, à venda por R$ 90 mil –pela tabela de novembro.
O estudo detectou também a recuperação de tamanhos em alguns tipos. O maior aumento médio ocorreu nos apartamentos de um quarto, que apresentam 12,2% a mais de área em relação a 1993.
Entre os apartamentos de dois quartos, houve uma pequena retomada nos tamanhos (4,3%). Os três quartos, que lideram o número de lançamentos no ano (6.076 unidades), tiveram área média estável –de 81,6 m2 (1993) para 82,2 m2, uma diferença de 0,7%.
O empresário Romeu Chap Chap, dono da construtora Romeu Chap Chap, que opera com imóveis de alto padrão, concorda que esteja havendo uma redução na área útil dos imóveis.
Mas contesta críticas de setores ligados aos arquitetos, que reclamam do "encolhimento" e da "padronização".
Para Chap Chap, o que está ocorrendo no mercado é uma mudança de comportamento do comprador. "A classe média, que vivia como classe rica, está se adaptando à realidade", diz.
"É preciso racionalizar a construção, construir vários prédios no mesmo terreno e eliminar desperdícios em busca da redução de custos", afirma o empresário.
"Quem morava em 200 m2 está mudando para 150 m2. É uma fase de transição."(PP)

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