São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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"Regina Casé Especial" traz os anônimos ao horário nobre da TV

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Na próxima quarta à noite, quando o "Regina Casé Especial" for ao ar no horário nobre da Rede Globo, milhões de telespectadores estarão assistindo a um feito raro na TV.
Na pele de uma repórter divertida e descontraída, a atriz Regina Casé vai entrevistar ilustres desconhecidos como se fossem estrelas de um mundo engraçado e pitoresco –e não do chamado mundo cão.
A depender da repercussão, este especial estrelado por anônimos poderá virar, em 95, um programa fixo –semanal ou mensal– na programação da emissora.
O embrião desse projeto nasceu quando Regina entrevistou um gari no extinto quadro "Na Geral", do "Fantástico". "Antes disso, se propusesse falar do anônimo na TV, ninguém ia topar", diz a atriz.
Mas a experiência começou, de fato, em abril de 1991, quando Regina estreou, ao lado do ator Luis Fernando Guimarães, o "Programa Legal".
Foi no humorístico, por exemplo, que pela primeira –e única– vez os funqueiros apareceram na TV de maneira positiva, fora do noticiário policial.
No programa, ela e Guimarães já emplacavam entrevistas com anônimos. A diferença é que os desconhecidos apareciam como coadjuvantes, à sombra de algum "famoso".
"O especial cristaliza o que acontecia informalmente, quando retratávamos o homem comum como se fosse o Roberto Carlos", diz Regina.
O sucesso deste estilo só é possível graças a uma característica pessoal da atriz, que consegue descontrair instantaneamente os seus entrevistados.
Sem o menor constrangimento, ela senta-se no sofá ou abre a porta da geladeira de um estranho. "Tenho cara de pobre. As pessoas não me vêem como alguém da Globo", diz.
Enquanto espera para saber que espaço terá na nova programação global, Regina sonha em consolidar seu projeto e garante: "Posso ir da Mangueira ao Himalaia e fazer um bloco mudo com um monge que tenha feito o voto do silêncio."

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