São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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Malan coloca mais técnicos na Fazenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O futuro ministro da Fazenda, Pedro Malan, privilegiou técnicos experientes no serviço público para compor sua equipe no Ministério, anunciada ontem. Malan prometeu que sua equipe atuará "entrosada" com os demais ministérios econômicos.
"As escolhas valorizam os servidores públicos", disse Malan, ele próprio funcionário público. "Faremos política de governo, não de ministério A, B ou C", acrescentou.
Ao divulgar o segundo escalão da Fazenda, Malan disse três vezes que todos os nomeados são "escolhas pessoais" dele. Entretanto, nomes como o de Mendonça de Barros já eram dados como certos na equipe antes de Malan ser confirmado como ministro.
O secretário-executivo será Pedro Parente, funcionário de carreira e ex-secretário do Planejamento no governo Collor, quando a pasta perdeu o status de ministério. Parente acabou de se afastar do cargo que ocupava no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Malan escolheu como seu chefe de gabinete o economista Almir Freire Lima, funcionário aposentado do Banco do Brasil, ex-superintendente-adjunto da Sunab no Plano Cruzado (1986). A indicação, a mais recente dentre os confirmados ontem, foi selada na semana passada.
A Receita Federal será chefiada por Everardo Maciel, técnico do Ipea, mais conhecido por ter sido secretário das Finanças de Pernambuco e da Fazenda e Planejamento do Distrito Federal, seu cargo atual.
Everardo é primo distante do vice-presidente eleito, Marco Maciel.
O secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, é o único da segundo escalão da Fazenda mantido em seu cargo, que ocupa desde o início do governo Itamar Franco. Tem boas relações com Malan, por sua contribuição à renegociação da dívida externa.
O advogado Luiz Carlos Sturzenegger, um dos principais assessores de Malan na presidência do Banco Central, será o procurador-geral da Fazenda Nacional. Funcionário de carreira do BC, já foi procurador do órgão e é respeitado nos ministérios econômicos.
Malan não quis anunciar os presidentes dos bancos federais. Segundo a Folha apurou, ainda há dúvida sobre quem ocupará a presidência do Banco do Brasil: Paulo César Ximenes, ex-presidente do BC, ou João Batista Abreu, ex-ministro do Planejamento (governo Sarney).
A presidência da CEF (Caixa Econômica Federal) ficará com o atual ministro da Previdência, Sérgio Cutolo, apesar de ainda não haver confirmação oficial.
Malan também não definiu quem ocupará a Secretaria de Assuntos Internacionais, hoje comandada pelo diplomata Sérgio Amaral.

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