São Paulo, quarta-feira, 28 de dezembro de 1994
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Polícia acha 12 corpos em 24 h

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Doze pessoas foram encontradas mortas em 24h no Rio. A guerra entre quadrilhas de traficantes voltou a se acirrar. A polícia acredita que esse seja o motivo de pelo menos quatro mortes.
Os outros oito corpos foram encontrados em regiões próximas ao complexo do Alemão (agrupamento de morros e favelas apontado como o principal foco do tráfico na zona norte do Rio) ou boiando em rios.
Os quatro corpos de supostos traficantes baleados surgiram anteontem por volta de 22h –quando o Exército estava deixando os morros das Quatro Bicas e da Vila Cruzeiro, na zona norte– na Kombi branca placas AS 9903.
Apesar de terem sido encontrados próximo às duas favelas, o inspetor Walter Farias, da 22ª DP (Penha), disse não saber se o crime tinha ligação com um tiroteio que deixou dois PMs baleados.
O delegado-titular da 21ª DP (Bonsucesso), Mário Azevedo, disse que a polícia investiga uma guerra de traficantes.
Segundo a polícia, a mãe de Antonio Marcos Braço Floriano, 23, conhecido como "Pera" ou "Dez", Isabel Lopes Braço, 40, reconheceu o filho dentro da Kombi, assim como Robson e Celino, o último, apontado por ela como chefe do tráfico local. Ela não reconheceu o quarto homem.
Em depoimento à 22ª DP, ela disse que soube que os jovens foram mortos por cerca de 30 homens do bando de Nem Maluco, apontado como chefe do tráfico no morro das Quatro Bicas.
Três outros corpos apareceram pela manhã nas imediações do morro do Alemão. Estes três casos estão sendo investigados pela polícia oficialmente porque estariam ligados aos corpos na Kombi.
No rio Faria Timbó, em Varginha, um corpo apareceu boiando ontem pela manhã. Outros dois foram encontrados no rio Jacarezinho, no Méier, anteontem à noite.
Na mesma hora, no hospital Salgado Filho, Marcus Anderson Ramalho morreu. Ele foi baleado na área da favela Nova Brasília.
Dois outros corpos foram encontrados na área da 27ª DP (Vicente de Carvalho), também anteontem à noite.

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