São Paulo, quarta-feira, 28 de dezembro de 1994
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Supermercado descarta pressão altista

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os grandes supermercados venderam neste Natal, em média, 20% mais do que em 1993, o que lhes garante um crescimento anual de 8% em relação ao ano anterior.
E, nem por isso, as grandes redes vão começar janeiro desabastecidas e mais suscetíveis às pressões por aumentos de preços por parte dos fornecedores.
É que boa parte das lojas, temendo a escassez de produtos em dezembro, aumentou o volume de compras e encerra o ano com folga de quatro dias de estoque.
"Os estoques que em novembro duravam cerca de 14 dias, agora dão para 18 dias", diz Firmino Rodrigues Alves, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
A rede Sonda, que teve vendas 25% maiores neste Natal na comparação com anterior, por exemplo, informa que seus estoques estão estabilizados.
"O volume que temos dá para suprir o mercado até o Ano Novo", diz Eduardo Moreira, assessor de marketing do Sonda.
A rede Sé é outra que descarta a possibilidade de forte pressão por aumentos no mês que vem, quando retoma as compras.
"Se a indústria pressionar temos a chance trabalhar com os importados", diz David de Araújo Neto, diretor comercial. Ele conta que já comprou dos Estados Unidos, mas ainda não recebeu, artigos de perfumaria e higiene.
No caso do Sé, a empresa fecha o ano com estoque menor porque em dezembro teve crescimento de 69% nos negócios sobre o mesmo mês de 1993, acima da expectativa que era de 50%.
Para driblar a escassez localizada de alguns produtos típicos desta época do ano, a rede começa a remanejar os estoques entre as lojas.
Além do estoque maior e da possibilidade de importar, Omar Assaf, vice-presidente da Apas, aponta mais um fator que deve inibir as pressões por aumentos.
Segundo ele, com a recomposição das pastagens em janeiro, é esperado um aumento na oferta de carne, leite e derivados. Resultado: os preços desses produtos devem cair no mês que vem.
Alves, da Apas, diz que também o preço do arroz deve recuar em janeiro. É que em fevereiro começa a entrar a nova safra e quem tem produto vai querer liquidá-lo.
Até agora, conta Alves, só uma grande indústria do setor de higiene e limpeza informou que vai aplicar reajuste. Mesmo assim, inferior a 8% e em apenas 15% dos itens que fabrica. Motivo: aumento de custos. (Márcia de Chiara)

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