São Paulo, quarta-feira, 28 de dezembro de 1994
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'Quatro Casamentos & um Funeral' é mais que uma comédia romântica

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

O filme "Quatro Casamentos & um Funeral", um dos maiores sucessos de bilheteria do ano que termina, se parece, às vezes, com uma comédia romântica dos anos 30 ou 40. Mas só parece. E só às vezes.
Vendido nos cinemas como uma espécie de saudação ao romantismo inocente, o filme mostra a história de Charles (Hugh Grant, revelado para o mundo como uma espécie de Cary Grant sem heroísmo), um inglês que se apaixona por uma americana que só costuma encontrar em casamentos. E mais tarde, como o título conta, em um enterro.
"Quatro casamentos" prossegue mostrando as idas e vindas do casal e, sobretudo, a falência de uma conquista. Enfim, tudo aquilo que se acredita ser um "filme romântico".
Irônico talvez seja notar que, ao contrário do que possa parecer, o que Charles e seus amigos resgatam não é exatamente a certeza de uma felicidade amorosa. Apenas constatam o desconforto em relação a própria idéia de romantismo.
Assim se movem acreditando, duvidando e tropeçando em suas escolhas, na incerteza de revelar ou esconder que se ama alguém. Se perguntando a cada momento o que é mesmo esse amar.
E talvez seja essa a razão do sucesso estrondoso do diretor Mike Newell. Na verdade, "Quatro Casamentos e Um Funeral" não é exatamente uma comédia. Mas um filme dignamente melancólico.

Título: Quatro Casamentos & um Funeral
Direção: Mike Newell
Elenco: Hugh Grant e Andie MacDowell
Lançamento: Vídeo Arte do Brasil (av. República do Líbano, 2.344, tel. 011/575-6996)

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