São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Lista de convocados da Fuvest tem falhas

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos quatro candidatos aprovados na primeira fase do vestibular da Fuvest não tiveram seus nomes publicados na lista divulgada pela instituição, quinta-feira passada, dia 22.
A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) –que organiza o vestibular para USP (Universidade de São Paulo), Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Escola Paulista de Medicina e Santa Casa– seleciona 139.369 candidatos para 8.401 vagas.
Esses vestibulandos procuraram a instituição por suspeitarem ter feito uma pontuação suficiente para passar à segunda fase. A Fuvest resolveu o problema dos candidatos e os convocou para a próxima etapa do exame.
Os quatro casos apurados pela Folha referem-se a candidatos que fizeram o exame da primeira fase em condições especiais –portadores de alguma doença, deficiência ou casos de mulheres que acabaram de dar à luz.
Fizeram prova no Hospital Universitário (na Cidade Universitária) ou em outros locais 51 pessoas no dia 20 de novembro e 23 no dia 4 de dezembro.
Segundo a Fuvest, cerca de 20 pessoas pediram revisão da leitura ótica.
Não está confirmado se só ocorreram problemas com vestibulandos que resolveram as provas em condições especiais.
"Existiam alguns casos que estavam em pendências. A lista ia sair no dia 4 (de janeiro) e saiu no dia 22 (de dezembro). Essas pendências estavam comigo", disse o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) Waldir Ferreira, que trabalha para a Fuvest.
"A única coisa que aconteceu é que essa lista foi publicada sem que eu tivesse mandado essas coisas pra lá, entendeu? Não é em função da lista que saiu no jornal que a Fuvest trabalha", afirmou Ferreira.
O professor conversou por telefone com a repórter da Folha Larissa Purvinis Musolino, 22, que está prestando vestibular para o curso de jornalismo.
Como os outros três candidatos entrevistados pela Folha, ela fez prova em condições especiais –a jornalista estava com catapora no dia da prova.
"Meu nome não apareceu na lista. Liguei para a Fuvest e eles falaram que pelo fato de terem adiantado a lista não deu tempo de fazer outras revisões", disse a estudante Inácia Maria Nunes, 24, que fez 68 pontos para terapia ocupacional, carreira em que 58 pontos seriam suficientes para passar à segunda fase.
Ela não foi procurada espontaneamente pela Fuvest. "Pensei que tinha passado o gabarito errado para a folha de respostas. Mesmo assim, resolvi ligar para a Fuvest, entrei em contato com um professor, que fez uma revisão e me ligou de volta", contou Inácia.
Ela fez a prova em uma sala especial no prédio da ECA porque tem problemas de visão. "No primeiro dia, me confundi com as cores da prova. Então, pedi para fazer exame com uma folha branca", disse a candidata.
Para esses candidatos, a Fuvest não forneceu nenhum documento que provasse a aprovação.
Segundo o professor Waldir Ferreira, não é necessário. Basta o candidato se dirigir, segundo o número de inscrição, ao local onde será feita a prova.

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