São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Pesquisa revela que empresários vão investir mais no ano que vem

Antonio Carlos Seidl

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

As perspectivas de maior crescimento econômico em 95 estão levando as empresas a refazer seus planos de investimento a fim de aproveitar a expansão do mercado interno, segundo pesquisa da consultoria Boucinhas e Campos.
Realizada junto a 135 empresas neste mês, a pesquisa "Índice de Clima Empresarial" indica que 76% delas já definiram seus investimentos para 1995. Dessas, 70% (56% do total) prevêem investimentos maiores do que em 94.
A Sadia, uma das principais empresas do setor de alimentos do país, é uma das que vai aumentar seus investimentos em 95.
A Sadia tinha planos para investir US$ 60 milhões em 95 em comparação com US$ 50 milhões este ano. Mas agora está ajustando seus planos e deve investir, segundo números preliminares, pelo menos US$ 80 milhões em 95, cerca de 40% a mais do que previa.
Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, disse à Folha que a revisão dos investimentos planejados para 95 é uma resposta ao cenário que a empresa espera encontrar nos próximos doze meses.
"Estamos prevendo uma taxa de crescimento econômico de 5%, uma taxa de inflação anual de 25% e a manutenção da atual política cambial com uma defasagem de 15% entre o real e o dólar", disse.
Em função disso, a Sadia vai desativar algumas linhas de produção (carne cozida congelada e farelo de soja) destinadas ao mercado externo para dar prioridade ao mercado interno.
A pesquisa da Boucinha e Campos ouviu 135 empresas das quais 66% do setor industrial, 10% do setor comercial, 14% do setor de serviços, 6% da construção civil e 4% do setor financeiro.
As vendas em novembro foram maiores do que em outubro para 51,5% das empresas e iguais para 38,1% delas. Uma ampla maioria das empresas (81,3%) registrou lucros maiores ou iguais em novembro em comparação com outubro.
As empresas que ainda não definiram seus investimentos para 95 (24% do total) apontaram "particularidades do mercado" (60%) como a principal causa da indefinição, seguida pela estabilidade econômica (30%).

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