São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Novo coordenador quer ficar 'quietinho'

Edvar Simões será 'elo' no Palmeiras

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O desejo de continuar contribuindo para o esporte brasileiro foi o principal motivo para que Edvar Simões, 51, aceitasse o cargo de coordenador de futebol do Palmeiras.
Na sua própria definição, Edvar será um "elo de ligação" entre a comissão técnica e os jogadores do Palmeiras e a Parmalat, empresa com a qual o clube tem um contrato de co-gestão para o futebol.
Até a semana passada, ele era o técnico do time principal de basquete do clube. Em 82, dirigiu a seleção brasileira masculina de basquete no Mundial da Colômbia.
Em entrevista à Folha, ele falou sobre suas funções no novo cargo. "Vou tentar aparecer o menos possível", disse.

Folha - Qual será, exatamente, a sua função como coordenador de futebol?
Edvar Simões - Serei um elo de ligação entre a Parmalat e o Palmeiras, atuando como auxiliar do José Carlos Brunoro (diretor de esportes da Parmalat para a América Latina).
Devido à amplitude das funções dele, alguns problemas do Palmeiras demoram mais tempo que o necessário para serem resolvidos. Comigo aqui, essas questões poderão ser encaminhadas mesmo que o Brunoro esteja viajando.
Folha - Por que você decidiu aceitar o cargo, deixando de ser o técnico de basquete do Palmeiras?
Edvar Simões - Há muito tempo que o basquete não me acenava com a possibilidade de grande projetos, principalmente em termos de seleção brasileira.
Ao mesmo tempo, tenho um perfil de liderança e sou experiente em administração esportiva, pois fui secretário de esportes de São José dos Campos de 77 a 83. E sou combativo, não gosto de ficar parado.
O convite para ser coordenador de futebol veio em boa hora, porque me permite crescer. Ainda me considero suficientemente jovem para fazer alguma coisa importante no esporte.
Folha - Você pensa em ocupar algum cargo de direção dentro do esporte brasileiro?
Edvar Simões - Houve tempo em que pensava muito sobre isso. Mas concluí que só pode ser dirigente esportivo quem for independente financeiramente para poder se dedicar ao cargo. Eu não tenho essa condição.
Folha - Existe algum projeto específico que você queira ver implantado no futebol profissional do Palmeiras?
Edvar Simões – Minha contribuição vai ser mais com a minha experiência no esporte, porque as questões que cercam uma equipe de basquete são as mesmas do futebol.
Mas não vou fazer oba-oba. Chegarei bem quietinho e tentarei aparecer o menos possível.
Folha - Nos dois últimos anos, o Palmeiras tem enfrentado alguns problemas de ordem disciplinar. Como será a sua atuação nessa área?
Edvar Simões - Essa parte é toda atribuição do técnico, a pessoa que comanda o grupo.
Folha - O Palmeiras já negociou Evair, Zinho e César Sampaio e fala-se na venda de outros jogadores. É possível garantir que o Palmeiras continuará forte em 95?
Edvar Simões - É mais do que lógico que os palmeirenses estejam preocupados, mas o nosso objetivo é a reposição dessas peças, para que o time continue tão forte como antes.
Folha - O Palmeiras poderá, agora, dar maior atenção às categorias de base?
Edvar Simões - Pelos títulos que o time tem conseguido, o momento permite que o clube dê mais atenção a esse lado.

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