São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994 |
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"O Caso Roswell" erra até nos clichês
DANIEL PIZA
Roswell é uma cidade no Novo México (sul dos EUA) onde um major do Exército, Jesse Marcel, descobre em 1947 uns destroços que parecem feitos de folha de estanho. Mas não podem ser riscados nem amassados. Logo, não são deste mundo. O Pentágono, porém, não gosta da idéia de um OVNI colocando a humanidade em pânico. Já o major (Kyle MacLachlan) acha que a humanidade –para continuar usando a linguagem de história em quadrinhos que o filme adota– tem o direito de saber a verdade. Mas é um soldado, deve se calar ante os superiores. Trinta anos depois, ainda continua a amargar o cala-boca. Pelo menos é o que se diz no filme: MacLachlan faz apenas a cara de quem está com uma leve azia de 30 minutos. O major decide aproveitar uma reunião de ex-colegas para reinvestigar o caso. Vai descobrir com um estranho (Martin Sheen) não só que um OVNI despencou em Roswell, mas também que ele continha passageiros. A tensão que passa até confirmar que estava certo seria o fio animador do filme. Mas haja flacidez. Como trama, a curiosidade que desperta é mínima. Há erros de construção primários. Por exemplo: o filho do major descobre inscrições nos destroços, mas o filme termina sem explicá-las. Ninguém quis decifrar? Dramaticamente, tudo piora. Usa-se a tática mais antiga para criar compaixão pelo protagonista incompreendido: mostra-se sua família e as discussões que ele tem com ela sobre como agir. Bocejo. (Daniel Piza) Filme: O Caso Roswell Direção: Jeremy Kagan Elenco: Kyle MacLachlan, Martin Sheen Lançamento: Video Arte do Brasil (tel. 011/575-6996) Texto Anterior: Prazer e trabalho brigam em "Beijo" Próximo Texto: Gance faz seu réquiem ao cinema mudo Índice |
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