São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
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Governador tenta recorrer a Itamar e a FHC
EMANUEL NERI
Fleury ficou sabendo da possibilidade de intervenção às 2Oh, em telefonema do presidente do Banespa. Às 23h, telefonou para Pedro Malan, presidente do BC, que disse não haver nada decidido e prometeu mantê-lo informado. Tentou falar por telefone com Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Ciro Gomes. Não encontrou ninguém. Sua última iniciativa foi despachar o presidente do Banespa para conversar com Mário Covas. Estava informado que desde a tarde o governador eleito sabia da intervenção. Carlos Augusto Meinberg, presidente do Banespa, chegou à casa de Covas pouco antes da meia-noite da quinta-feira. "Não posso fazer nada", disse Covas. Somente as 2h o presidente do Banespa telefonou para Fleury, dizendo ter recebido o comunicado sobre a intervenção. Fleury aguardou até as 8h para voltar a telefonar para Itamar. O presidente lhe informou que desde a noite anterior Ciro Gomes comunicara a ele sobre a intervenção. Sua primeira contrariedade. Se Ciro sabia da decisão, Malan também sabia, embora tivesse negado na conversa com ele. Uma outra informação de Itamar também contrariou Fleury. Segundo revelou o presidente, Ciro havia dito a ele que tinha comunicado a Fleury sobre a decisão de intervir. Não era verdade. Fleury atribui a intervenção a uma retaliação pessoal de Ciro. Em setembro, quando o Banespa começou a enfrentar dificuldades, os dois trocaram farpas. Na época, Ciro governava o Ceará. Ao responder críticas de Ciro à crise do Banespa, Fleury pediu para ele se preocupar com o surto de cólera no Ceará. O tucano voltou a acusar o Banespa. A pedido do governador, o banco processou Ciro por calúnia.(Emanuel Neri) Texto Anterior: Covas quer alongar dívida Próximo Texto: Marcelo Alencar considera ação inevitável Índice |
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