São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
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Ministra manda cancelar verbas para Juiz de Fora LUCIO VAZ LUCIO VAZ; ALEXANDRE SECCO
Leonor também não aceitou remanejar verbas da pasta para atender a pedidos de liberações feitos pelo Palácio do Planalto no valor total de R$ 8 milhões. O Planalto soube da decisão da ministra pela reportagem da Folha e não soube explicar o motivo. Seria preciso anular contratos já assinados com outros municípios para atender ao palácio. O trabalho chegou a ser iniciado, mas foi suspenso pela ministra. A liberação de verbas do Ministério da Integração Regional (MIR) para Juiz de Fora, divulgada ontem pela Folha, atende compromissos políticos do próprio presidente Itamar Franco. Em 6 de dezembro o "Diário Oficial" trouxe a liberação de CR$ 4.635.895,22 para a barragem de Chapéu Duvas. A obra começou há 30 anos, passou por vários governos e não foi concluída. Leva a fama de projeto "interminável". Itamar temia perder prestígio em Juiz de Fora caso a obra não fosse concluída durante a gestão de um presidente da República, que mantém vínculos políticos com a cidade. O dinheiro liberado para a barragem é maior do que as verbas obtidas por 20 Estados junto ao MIR este ano. É o terceiro maior volume de recursos para um projeto liberado pelo ministério. Minas recebeu a maior parte dos recursos do MIR, CR$ 18,3 milhões. Pernambuco vem a seguir com CR$ 9,9 milhões. O Rio Grande do Norte, terra natal do Ministro da Integração Regional, Aluízio Alves, ficou com terceiro maior volume de recursos do MIR, Cr$ 6,5 milhões. Minas e Rio Grande do Norte têm 13% da população e ficaram com 37% do dinheiro do MIR. São Paulo A ministra do Bem-Estar Social não atendeu aos pedidos do Planalto, mas não evitou o favorecimento de São Paulo, Estado do secretário de Saneamento do Ministério do Bem-Estar Social, Antônio Perosa. O secretário foi indicado para o cargo pelo PSDB de São Paulo. Só nesta semana foram liberados R$ 5,4 milhões para o Estado. Isso representa um terço do total liberado para o país. No dia 29 de dezembro, penúltimo dia do governo, foram liberados R$ 2,7 milhões para São Paulo. O favorecimento de São Paulo foi rotina durante todo o ano de 94. Dos R$ 176 milhões liberados pela pasta, R$ 25 milhões foram para o Estado. O secretário-executivo do Bem-Estar Social, Marcos Vieira, não quis falar à Folha sobre o favorecimento de São Paulo. A reportagem fez contato com a residência do secretário, mas não houve retorno até o fechamento dessa edição. Texto Anterior: Filhas de presidente desistem de viajar Próximo Texto: FHC herda dívida social de R$ 50 bilhões Índice |
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