São Paulo, terça-feira, 1 de fevereiro de 1994
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O cheque "fantasma"

Um dos momentos mais tensos da CPI do Collorgate ocorreu quando os parlamentares receberam o primeiro lote de cheques de pessoas envolvidas com as empresas investigadas. Entre as pessoas postadas diante das caixas enviadas pelo Banco Central, a mais compenetrada era o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que teve precedência no exame dos cheques.
Simon começou a repassar os documentos. Então, sem que ninguém percebesse, resolveu brincar: enfiou a mão no bolso da calça, tirou de lá um cheque e o colocou no meio dos demais. Aí gritou:
– Não é possível! Um cheque do José Richa!
A consternação foi geral. Ouviram-se vários protestos. Mas houve quem ficasse em silêncio. O burburinho foi crescendo, até que Simon deu um soco na mesa.
– Mas que absurdo! A gente não pode nem brincar mais nesta casa? Este cheque do Richa fui eu que coloquei aqui. É o pagamento por uma dívida. Olhem só a data.
A sala se dividiu. Quem havia apoiado Richa sorriu aliviado. Os outros deixaram a sala de fininho. Simon entrou para a galeria dos que pregam peças.

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