São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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FHC agora tenta negar sua candidatura

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), se esforça para reverter o efeito negativo de sua eventual candidatura à Presidência na votação do Congresso sobre plano econômico. Nos últimos dias, FHC tem repetido a parlamentares que terá dificuldades em concorrer à sucessão de Itamar Franco caso as medidas propostas consigam se mostrar eficientes no combate à inflação.Depois da derrota do governo na votação de medidas provisórias do pacote fiscal na semana passada, o ministro busca apoio de parlamentares usando o argumento de que provavelmente não sairá candidato à Presidência. A própria equipe econômica avalia que as declarações recentes do ministro, em Goiânia (GO) e Recife (PE), sobre sua possível candidatura prejudicou a aprovação do ajuste fiscal.
Durante reunião com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e os líderes do partido no Senado, Marco Maciel (PE), e na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), FHC fez questão de ressaltar que se o programa de estabilização der certo, provavelmente ele terá poucas chances de concorrer à Presidência. O ministro afirmou que o sucesso do plano exigiria a sua permanência no cargo.Na prática, a equipe de FHC comenta reservadamente que a demora do Congresso em votar as principais medidas do pacote fiscal, sobretudo a emenda constitucional que cria o FSE, pode afetar a intenção do ministro em ser candato a presidente. Com isso, a URV (Unidade Real de Valor) será adotada somente em março, um mês antes do prazo legal para desincompatibilização –2 de abril.Os principais colaboradores de FHC consideram que sua saída apenas um mês depois da implantação do programa de estabilização afetaria o andamento do plano.

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