São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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Ibsen reconhece fim de carreira

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) reconheceu ontem o fim de sua carreira política. Em um discurso emocionado, acompanhado em absoluto silêncio por todos os parlamentares, Ibsen disse que trava agora a "batalha decisiva" de sua vida. "Aquilo que se pode chamar de carreira política está encerrada, mas não foi encerrada minha carreira como homem e cidadão", declarou.Ex-líder do PMDB, ex-presidente da Câmara e, até antes da CPI do Orçamento, um dos possíveis candidatos à Presidência da República, Ibsen figura hoje na lista dos parlamentares que podem ser cassados em consequência do escândalo. "Conheço esta casa, mas esta casa me conhece melhor ainda", disse o deputado, ao afirmar que confia em sua absolvição."Hoje a versão já não é mais importante do que o fato. Hoje a versão é o fato. É uma grave violação do decoro parlamentar ser acusado pelos jornais de falta de decoro", afirmou, reclamando várias vezes da maneira como tem sido tratado pela imprensa. Disse que a CPI não encontrou nada que o envolvesse com a corrupção no Orçamento.
Ao contrário de outros "cassáveis" como Ricardo Fiúza (PFL- PE), Carlos Benevides (PMDB-CE), Ézio Ferreira (PFL-AM) –que também estiveram no plenário mas não ficaram por muito tempo–, Ibsen Pinheiro circulou com desenvoltura. Conversou com colegas de todos os partidos mas acabou engrossando a movimentação dos contra a Revisão e se absteve de votar na sessão.Cândido
A deputada Raquel Cândido (PTB-RO) teve uma intoxicação causada pelo excesso de sedativos. Cândido foi internada na madrugada de ontem no hospital Santa Luzia, onde foi submetida a uma lavagem gástrica, e deve ter alta hoje.

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