São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994 |
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Declaração de Malan traz confusão de prazo
HUMBERTO SACCOMANDI
A afirmação foi entendida como referência a prazo para a implantação da nova moeda, que deve ser chamada de "real". Posteriormente, o presidente do BC procurou a reportagem da Folha em Londres para precisar que sua intenção não tinha sido indicar uma data ou o adiamento da nova moeda, mas sim apresentar o plano de estabilização como um processo. Malan não quis confirmar uma data para o lançamento da Unidade Real de Valor (URV). Ele afirmou, porém, que o cenário ideal incluiria a aprovação do Orçamento e da emenda que cria o Fundo Social de Emergência. Segundo Malan, é preciso tempo para que a URV ganhe credibilidade e passe a ser aceita. O governo não pretende impor o uso compulsório. "As partes têm que entender que é melhor contratar num índice estável", disse. A idéia é estimular o uso da URV em contratos, como o aluguel, mas não para cotar preços de mercadorias em lojas. Contratos intraempresas de longo prazo, que hoje são corroídos pela inflação, poderiam ser feitos com a URV. O presidente do BC participou ontem em Londres de uma conferência sobre investimentos estrangeiros no Brasil. Ele chamou a inflação brasileira de "obscena" e disse que "nenhuma pessoa responsável, nem mesmo os políticos, acreditam que a inflação possa ser mantida nesse nível". Seu discurso foi muito bem recebido pelos operadores financeiros presentes, segundo a Folha apurou. À tarde Malan visitou o Banco da Inglaterra, o BC do Reino Unido, onde iria acertar detalhes do acordo da dívida externa. O BC britânico vai servir de depositário da parte não conciliada da negociação da dívida, uma cifra que se origina na diferença de contas entre o Brasil e os credores, e que fica depositada até o acerto final. Texto Anterior: Para o BC, juro é menor Próximo Texto: Vitória de Lula preocupa Índice |
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