São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994 |
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Artista plástico brasiliense acusa diretoria do MAC por censura
BERNARDO CARVALHO
"O MAC pediu que eu produzisse mil convites. Mandei 2.400, há duas semanas, dentro do prazo. Quando cheguei, fui comunicado pela assessora de imprensa, Etoile Shaw, que ela tinha recebido a ordem de não remeter os meus convites. Não me disse por que, mas inicialmente sugeriu que eliminar a imagem do convite seria uma solução", diz Maravalhas. Quando decidiu fazer a remessa dos convites à imprensa por conta própria, na segunda-feira, o artista foi chamado à sala da diretora, Lisbeth Rebolo. "Fizeram uma acariação, do tipo CPI, para saber quem estava espalhando a história de censura. No meio da altercação, ligou uma jornalista para saber se tinha havido censura mesmo. A Lisbeth ficou com medo que a história chegasse à imprensa. Só então concordaram em enviar os convites aos jornalistas", diz Maravalhas. Até ontem os convites não haviam chegado à Folha. Lisbeth Rebolo não respondeu aos telefonemas da Folha e pediu para seu assessor de imprensa, Sérgio Miranda, reproduzir sua declaração: "Estou assumindo a diretoria do MAC este mês. A exposição foi encomendada na gestão anterior, de Ana Mae Barbosa. Havia uma autorização na época para o artista fazer o próprio convite, se quisesse. Não concordo com essa medida. É injusta para os artistas que não têm dinheiro. A partir de agora, somente o museu fará os convites". Segundo Maravalhas, essa não é uma justificativa: "O que eu sei é que os convites produzidos por outra artista, Selma Parreira, que também está expondo no MAC, foram remetidos normalmente", diz. (Bernardo Carvalho) Texto Anterior: ACM visita terreiro do Gantois Próximo Texto: Novo livro de Paulo Coelho exalta a virgem Índice |
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