São Paulo, sábado, 5 de fevereiro de 1994
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PM cerca morro após morte de policiais

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de ladrões de carro-forte matou a tiros o sargento João da Silva, 42, e o soldado Dilmar Fernandes de Oliveira, 25, ambos do 1º Batalhão da Polícia Rodoviária. O crime aconteceu ontem, às 11h, na rua Beija Flor, em Cotia (Grande São Paulo). Essa é uma das entradas do morro do Macaco, que foi cercado por cerca de cem homens da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e do TOR (Tático Rodoviário).
Segundo o tenente Sérgio Kazuo Abe, 24, por volta das 9h, um carro-forte do Banespa conseguiu escapar do cerco feito por assaltantes próximo à rodovia Raposo Tavares. O carro-blindado ia deixar malotes com dinheiro nos postos bancários do Fórum e da Prefeitura de Cotia. A Polícia Rodoviária fez bloqueios na estrada para tentar capturar os ladrões.
Duas horas depois, a Kombi, placas QR-6267, não obedeceu ao sinal de parar feito pelos policiais no bloqueio do quilômetro 30 da rodovia. Os PMs se limitaram a anotar a placa da perua e, como ela não era roubada, decidiram não persegui-la. Pouco depois, passou o Gol, placas IG-5564, que também não parou. Os policiais decidiram persegui-lo.
Ao entrarem na rua Beija Flor, os policiais perderam o Gol de vista, mas encontraram a Kombi em frente a um mercado. Eles pararam a Caravan da Polícia Rodoviária em frente à Kombi e desceram. Perguntaram para as pessoas da mercearia se alguém sabia de quem era aquela perua. Ao abrirem a porta da Kombi, acharam uma espingarda calibre 12 e um saco com pistolas e revólveres.
"Um homem veio a pé descendo o morro e outro subindo. Um deles deu uma 'gravata' no sargento e lhe deu um tiro no coração", disse o tenente. Ao mesmo tempo, um Gol com quatro homens parou ao lado da Kombi. Três deles desceram e dispararam tiros contra o soldado. Em seguida, os ladrões fugiram, levando as armas da Kombi e as dos policiais.
Em uma hora, dois pelotões da Rota foram enviados para Cotia. Ao todo, 12 carros e 60 homens se reuniram aos 40 homens do TOR e, às 16h30, se concentraram na entrada do morro do Macaco, que foi invadido. Até as 22h, ninguém havia sido preso ou ferido.

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