São Paulo, sábado, 5 de fevereiro de 1994
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Gerentes africanos de casa noturna são expulsos e dão queixa à polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

O Balafon Dancing Bar, casa noturna de música africana que, desde maio de 93, funciona no porão do restaurante Tibério (av. Angélica, 2.945, próximo à av. Paulista) teve sua "gerência" repentinamente mudada na última quarta-feira. "Ao chegar ao bar, o DJ Hervé Tano não conseguiu abrir a porta, que teve a fechadura trocada", diz Koly Youssouf, um dos três africanos que exploravam o local. Os outros dois são Georges Gneka e Filipe Pereira.
Segundo Renato Marcondes Demasi, 36, proprietário do restaurante Tibério, que alugava a parte inferior do prédio para os africanos, a troca das fechaduras foi feita porque "eles estavam se impondo como donos de uma coisa que não era deles". Demasi propôs um contrato em que ficaria com 75% do faturamento da casa e os outros três sócios, com 25%. Eles recusaram a proposta.
"Além de trocar a fechadura, ele chamou um advogado e seguranças para nos impedir de entrar", diz Youssouf. O angolano Georges Gneka, 34, foi ontem ao 4º DP onde lavrou boletim de ocorrência em que afirma que Demasi está se "apropriando do faturamento da casa, que gira em torno de US$ 3 mil diários".
Demasi e os africanos tinham apenas um contrato verbal para a ocupação do espaço. O advogado dos gerentes da casa, Angelo Poci, pretende entrar com ação de reintegração de posse do local com base em recibos de aluguel assinados por Demasi. Segundo Demasi, o Balafon vai manter o espírito afro pelo qual ficou conhecido entre os frequentadores.

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