São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Clássico reúne equipes de 'crista baixa'

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Os dois chegam para o clássico desta tarde de crista baixa. O tricolor, que na quinta-feira levou uma piaba de 3 a 2 do União São João, foi obrigado a entregar à equipe de Araras a liderança, e a Portuguesa, goleada por 3 a 1 pelo Novorizontino. É, pois, o jogo da recuperação para ambos os times.
Em tempos normais, recentes, o São Paulo seria franco favorito. Mas, neste início de temporada, tudo pode acontecer, já que a maioria das equipes começa a se ajustar com o campeonato em andamento.
A Lusa, sem dúvida, tem sido a maior vítima do novo sistema de disputa do torneio por pontos corridos, pois é um clube sem projeto para o seu futebol. O entra-e-sai de diretoria não altera o produto, porque não há o mais remoto planejamento no clube.
Então, o time segue às escuras, na esperança de que, subitamente, um técnico ou um grupo de jogadores reunidos ao acaso consigam surpreender com uma boa campanha.
Já o São Paulo é o oposto e a vida lhe tem sido risonha por isso mesmo. Perdeu na quinta-feira? Perdeu, e pode até perder hoje no Canindé que não haverá de se abalar, porque sabe que a recuperação virá em seguida.
Afinal, se o meia Palhinha está no estaleiro, o polivalente Cafu, enroscado na renovação de contrato e o atacante-problema Muller, colhido nas teias do coração, o lateral-direito Vítor voltou com toda a força, o volante Axel vai-se entrosando e o ponta-direita Euler já deve ficar hoje no banco.
Hoje, portanto, os opostos têm encontro marcado em campo às 16h. Pode sair faísca.
Para o Corinthians, trata-se de um jogo de vida ou morte, este contra o Novorizontino no Pacaembu às 17h. Não deveria ser, mas a tunda que levou no meio de semana do Guarani, com a subsequente queda do técnico Afrânio Riul, eletrizou esse encontro que, normalmente, seria maneiro.
E o que é pior: a volta do atacante Rivaldo, depois da longa novela de sua recontratação, que deveria ser uma festa, transformou-se em tensa expectativa. Afinal, o rapaz volta como o salvador da pátria, e não sei se ele tem estrutura para tanto.
Na melhor das hipóteses, há que se dar um desconto para sua forma física, já que Rivaldo não joga nem treina com seus companheiros (muitos, recém-chegados) há meses.
O diabo é que nesta competição o que não há é tempo disponível. Um erro, como foi o da contratação de Riul, pode ser fatal.
Ainda estou sob o encantamento da noite de quarta-feira, no jardim suspenso do velho Parque Antarctica. Foi um instante mágico do futebol, o encontro do colombiano Rincón com a bola, na goleada do Palmeiras sobre a Ponte Preta por 5 a 0.

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