São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desabamento mata bebê na zona sul

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FT

O desabamento de um barraco ocorrido ontem às 4h na rua Vicente Martins Risco, na favela do Jardim das Embuias (zona sul de São Paulo), matou um bebê do sexo masculino, de apenas 12 dias, e feriu a doméstica Ana Délis de Matos Bandeiras, 24 anos.
O desabamento foi provocado pela chuva que caiu no início da madrugada de ontem. O barraco pertencia ao servente de pedreiro Edimaro Andrade de Jesus, 25. Ele estava dormindo ao lado da esposa quando aconteceu o acidente.
Os bombeiros foram chamados para o local e conseguiram resgatar o bebê e Ana ainda com vida. Ambos foram levados ao PS Osec, mas a criança acabou morrendo. Ana continua internada, mas com ferimentos leves.
Zona leste
Quarenta barracos da favela Ponte 2, no Jardim Elba, foram interditados ontem por fiscais da Administração Regional de Vila Prudente. Há cerca de 580 desabrigados na região. Os casebres estão situados em área de risco, próximos a um barranco que desmoronou no domingo com a elevação do nível do córrego do Oratório.
Pelo menos quatro barracos foram tragados pelo córrego, cujo nível subiu mais de três metros no final da tarde de domingo. Não houve feridos.
A dona-de-casa Francisca das Chagas Vieira, 30, abrigou quatro casais no barraco que divide com o marido e o filho de 4 anos –12 pessoas compartilhando pouco mais de 20 metros quadrados. O casebre de tábuas também foi declarado sob interdição pelos fiscais da prefeitura.
Na avenida Aricanduva, próximo à usina de compostagem de lixo de São Mateus, moradores da favela Dois de Maio interromperam ontem o trânsito entre as 15h e as 16h30, em protesto contra os prejuízos causados pela chuva.
Na Vila Guaracá, o barracão da União Independente de Vila Prudente, instalado sob as lonas de um circo, desabou no domingo. Os carros alegóricos da escola de samba ficaram destruídos.
Nas ruas Iemanjá, Benedito Antônio Silveira e Luís Scalise, na Vila Carrão, a prefeitura concluiu ontem a retirada de lama e entulho acumulados no domingo, quando o córrego Aricanduva transbordou e invadiu as casas. Os moradores dessas ruas pretendem entrar com uma ação judicial conjunta, com base na lei municipal nº 11.341, que obriga a prefeitura a compensar danos causados por enchentes.

Texto Anterior: Ponte desmorona e trem cai em rio
Próximo Texto: Maluf ameaça demitir secretário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.