São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994 |
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Entenda cadeia de comando para bombardeio
CHRISTOPHER BELLAMY
O pedido para o primeiro ataque teria que ser feito por uma das unidades de controle aéreo tático (Tacp) ao comando das forças da ONU na Bósnia, em Kriseljak, que o retransmitiria ao comando das forças na ex-Iugoslávia, em Zagreb (Croácia). A autorização teria que vir do secretário-geral. Mas, a partir do momento em que a decisão política tiver sido tomada, o sistema passará a funcionar rapidamente e as ações subsequentes serão lançadas em minutos. Há 40 oficiais de operações aéreas, capazes de coordenar 80 aviões de ataque ao solo. Três equipes Tacp são britânicas, cada uma com quatro oficiais. Outras são canadenses, dinamarquesas e francesas. Cada unidade mantém contato com o batalhão dos "capacetes azuis" em sua área e com o comando em Kriseljak. Feito o pedido, Kriseljak dá a frequência daquela Tacp ao avião designado e ele faz contato com a unidade usando um código especial. As equipes Tacp, infiltradas como "comandos" ou lançadas de pára-quedas, costumam atuar a pé. Na Bósnia elas contam com blindados de transporte Spartan. As unidades britânicas têm marcadores de alvos a laser, radares, miras infravermelhas e luzes de busca. Esses equipamentos localizam o alvo e transmitem os dados aos aviões. A Bósnia é sobrevoada constantemente. As armas preferidas são canhões e bombas "sólidas" –as mais eficientes bombas "cluster", que espalham pequenas granadas, foram descartadas porque causariam dano demasiado. Contra tanques, o melhor avião seria o A-10 norte-americano. Uma operação típica envolveria voar a 3.300 m de altura, mergulhar até 1.700 m, nivelar e largar as bombas no cone formado pela reflexão do laser desde o alvo. Texto Anterior: Sarajevo, com medo, faz enterros só à noite Próximo Texto: Complexidade do conflito confunde o Ocidente Índice |
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