São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Jogador se envolve em uma briga com fotógrafo do jornal 'Clarín'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O jogador argentino Diego Maradona protagonizou anteontem o segundo incidente com jornalistas desde que se desligou do Newell's Old Boys, na semana passada. Desta vez, Maradona é acusado pelo fotógrafo José Mateos, do diário argentino "El Clarín", de tê-lo agredido em um restaurante de Marisol, balneário próximo a Buenos Aires. Na confusão, mesas e cadeiras foram quebradas e o fotógrafo derrubou uma mulher, que fraturou o pulso.
Maradona depôs à polícia local durante 45 minutos e saiu em liberdade, enquanto o fotógrafo foi indiciado por lesões corporais culposas à mulher que quebrou o pulso, Marta Iribe. Mateos voltou para a sucursal do jornal em Mar del Plata. Segundo amigos, ele pretende processar seus supostos agressores.
Na versão de Mateos, Maradona negou permissão para que fossem tiradas fotos das filhas do jogador, Dalma, 6, e Gianina, 4. Em seguida, o fotógrafo sentou-se a uma mesa para comer. Maradona surgiu acompanhado de seis homens e começou a agredi-lo.
O jogador afirma que apenas defendeu sua privacidade, pois o fotógrafo tirou fotos de suas filhas sem sua autorização. "Nunca pensei que fosse tirar a paz do balneário. Ninguém tem o direito de fazer isso, seja Maradona, o papa ou 'Méndez"', disse o jogador. "Méndez" é o apelido do presidente argentino Carlos Menem. "Sempre pago pelos meus erros, mas quando os outros erram não querem admiti-lo e se fazem de vítimas", acusou Maradona.
O jogador, cuja participação na Copa do Mundo ainda é incerta, confessou ter feito disparos com rifle de ar comprimido em jornalistas que montavam guarda defronte a mansão do jogador, na semana passada, em Moreno, 35 km a oeste de Buenos Aires. Seis jornalistas foram atingidos. Maradona é acusado de "lesões leves" pelo juiz Francisco Lillo, da capital argentina.
Lillo aceitou pedido dos advogados do jogador e adiou a audiência marcada para hoje, em que Maradona se explicaria sobre o caso dos tiros de rifle. Um laudo médico atestando que o jogador não teria condições mentais de se expor publicamente convenceu Lillo.

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