São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Fogo destrói roupas de 5 escolas

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 150 fantasias de várias escolas de samba do Grupo Especial do Rio foram queimadas num incêndio no ateliê dos estilistas Loyá e Zezinho, ocorrido ontem de madrugada no centro do Rio. Entre as fantasias estava a da modelo Luiza Brunet, madrinha da bateria da Portela. Não houve feridos.
Segundo bombeiros do quartel central, o fogo começou por volta das 2h, possivelmente após um curto-circuito num depósito localizado na parte de trás do ateliê. O fogo rapidamente se espalhou por todo o sobrado, erguido em 1906, e destruiu também a loja de tecidos Arte Livre, que funcionava no primeiro andar do velho prédio. Foi controlado em uma hora e meia.
A escola mais atingida pelo incêndio foi a Unidos do Viradouro, que perdeu aproximadamente 80 fantasias. Outras afetadas foram a Beija-Flor (50 indumentárias), Imperatriz (11 chapéus), Vila Isabel (7 ornamentos de cabeça da comissão de frente e a fantasia de destaque que seria usada pelo próprio Loyá na avenida) e Portela (fantasia de Brunet). "Foi um milagre, porque ontem (quinta-feira) eles me entregaram 150 roupas da ala das baianas, que poderiam ter se perdido também", disse Joãosinho Trinta, da Viradouro.
Informada pela manhã do incêndio, a modelo Luiza Brunet disse que vai "tentar improvisar alguma coisa para o desfile". "Era uma das mais bonitas fantasias que já vesti, feita de muitas plumas, rabos de galo e faisões", disse Brunet.
Joãosinho Trinta convocou um "mutirão" das passistas da Viradouro para tentar refazer as fantasias perdidas. Segundo ele, o estilista Loyá teve de ser retirado à força do sobrado, pois tentava apagar o fogo. Ele ficou em estado de choque. Não havia sequer um extintor de incêndio no ateliê. Quando o fogo começou, havia pelo menos dez pessoas no segundo andar do sobrado, segundo informações dos sambistas da Viradouro.

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