São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Consórcio traz importados à classe média

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os veículos importados começam a ficar acessíveis à classe média, através do sistema de consórcios. Se são poucos os que podem desembolsar cerca de US$ 30 mil ou mais pelo modelo europeu, americano ou japonês, há diversos consumidores que podem incluir no orçamento doméstico a prestação de um importado.
É um público capaz de pagar 50 prestações mensais de US$ 361, 50 (CR$ 196.162, 56) por um Suzuki Samurai ou arcar com 36 parcelas de US$ 560 (CR$ 303.833, 60) por um Peugeot 205 XSI, com ar condicionado e injeção eletrônica. Nos nacionais, o consórcio do Gol CL 1.8 sai por 50 parcelas de CR$ 158.515, 00 mais a taxa de adesão de CR$ 66.698, 00. Se a opção for por um Santana GL 2.000, as prestações são de CR$ 270.647, 00 com adesão de CR$ 137.272, 00 no Consórcio Remasa.
As concessionárias de importados estão apostando nesse segmento em 94. Somente no início desse ano, Nissan e Peugeot começaram a formar grupos. E não foram as primeiras: Mercedes, Subaru e Toyota, entre outras, estão entrando nesse mercado desde 92. A Hyundai espera a economia melhorar no primeiro semestre para lançar o seu plano. A Lada foi a pioneira em 91.
O mercado tem potencial. Dados da Associação Brasileira dos Administradores de Consórcio mostram que os consórcios de carros importados cresceram 380% em 93. Os 77 grupos formados ainda são pouco significativos: não chegam a 1% dos nacionais. Mas já apontam uma tendência: "No médio prazo, 40% das vendas deverão ser por consórcio" diz Luiz Carlos de Oliveira, gerente geral da Nissan.
Philippe Jean, diretor da Peugeot, diz que o consórcio complementa as vendas, junto com a financiamento e leasing. " Não é um segmento que possa ser desprezado pelas empresas".
Público
Os consorciados de importados têm dois perfis básicos. São empresas e profissionais que planejam a compra -adquirem as cotas e dão o lance na época desejada. "Eles nos informam que não querem ser sorteados no início do plano. Darão o lance na hora de trocar de carro", diz Chake Ganatchina, 46, gerente da Honda.
O segundo público é aquele que tem um carro nacional, sonha com o importado e pode arcar com as prestações mas não com o pagamento à vista ou financiado em até 12 meses.
Nilo Sérgio Cavagnari, 61, diretor comercial da Autoplan, que administra o Nissan, diz que o fato da prestação ser lastreada ao dólar traz segurança ao consorciado. "Eles sabem que não terão taxas extras no final do plano".
Rinaldo Imbimbo, 26, é um exemplo. Dono da Autopeças Alvarenga, que vende peças para caminhão, ele está comprando, em 50 parcelas, um Suzuki Vitara. "A mensalidade corresponde a de um carro nacional e como o preço é fixado em dólar, dá para planejar um orçamento".

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