São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994
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Desfile começa com homenagem à favorita

DA SUCURSAL DO RIO

A Unidos da Ponte iniciou o desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro excitando os mangueirenses, numa noite de duelo entre a verde-e-rosa e a Viradouro de Joãosinho Trinta. A cantora Alcione, mangueirense histórica, foi o tema do enredo da Ponte, justificativa para que uma grande bandeira da verde-e-rosa fosse estendida em um dos carros da escola. "Meu coração é todo agradecimento à Ponte, mas é só paixão pela Mangueira, de quem quero o título", disse Alcione minutos antes do desfile.
A cantora emocionou os 4.000 integrantes da Ponte no grito de guerra da escola. Pouco antes do desfile, foi ao carro de som e cantou "Não Deixe o Samba Morrer". Dona Neuma quase chorou. "Faz até mal ao coração da gente essas coisas", dizia ela no carro alegórico em que saiu, ao lado da própria cantora Alcione.
A Unidos da Ponte iniciou o desfile às 19h pontualmente, derrubando um suposto plano para que todas as escolas se atrasassem em protesto contra a prisão dos banqueiros do jogo do bicho. "Isso é balela", disse o presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Paulo de Almeida.
Antes da Unidos da Ponte, a primeira noite das escolas do Grupo Especial foi aberta por um desfile promocional da Brahma. No carro abre-alas, desfilaram os jogadores Edmundo, Zinho, Bellini, Jairzinho e Carlos Alberto. O goleiro Gilmar se machucou ao tentar subir no caro e acabou não desfilando. A "escola" tinha 1.050 componentes, com o veterano Max Lopes como carnavalesco. Até o ano passado, a abertura do desfile era feita por um carro com os patronos das escolas, em sua maioria bicheiros hoje presos.
Apontados como chefes do jogo do bicho e de escolas de samba, Aílton Guimarães Jorge (Capitão Guimarães), José Petros (Zinho) e Paulo Roberto de Andrade (filho de Castor de Andrade) passaram o Carnaval sozinhos, presos na Polinter, onde cumprem pena por formação de quadrilha armada.
Aílton Guimarães Júnior visitou o pai anteontem e ontem. "Ele está deprimido", disse a respeito do pai. Capitão Guimarães era até o ano passado o presidente da Liesa.
Patrono da Estácio de Sá, Zinho passou o fim-de-semana isolado. Ninguém o visitou. O filho de Castor também ficou sozinho. Ontem, o puxador de samba Paulinho da Mocidade tentou visitá-lo. Foi barrado. Só parentes podem visitar os bicheiros na Polinter. Paulo Roberto e Castor eram os patrocinadores da Mocidade Independente.

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