São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994 |
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Mais uma bomba musical explode no incansável Carnaval da Bahia
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Jaime Sodré, é o seu guru espiritual, que a ajuda a errar menos. João Gilberto é o mito. Caetano e Gil são os melhores e Maria Bethânia é sua "rainha". De sua casa em Salvador, Simone fala ao Folhateen sobre seu trabalho, o novo disco e as comparações com Daniela Mercury. Folha - Existe um confronto de estrelas entre você e Daniela Mercury? Simone Moreno - Não existe esse negócio de competição. Eu realmente não sei de onde surgiu isso. Aqui na Bahia todo mundo se ajuda. A comparação é inevitável porque eu estou chegando e Daniela já está. A Bahia é um poço que não seca, uma fonte inesgotável de talentos, e tem espaço para todo mundo no coração do público. Folha - O que você acha do trabalho e do sucesso dela? Simone - Daniela é uma das maiores artistas do Brasil, uma profissional exemplar. O sucesso dela é muito importante porque abriu portas para novos artista que vão chegando, como eu. Folha - Mas o Jorge Sampaio deixou de ser empresário dela para trabalhar com você... Simone - Foi coincidência. Eu estava viajando e quando cheguei recebi a notícia de que ele ia trabalhar comigo. Ele é muito amigo de Saul Barbosa (seu diretor musical), eles é que combinaram. Não foi causa e efeito. Folha - Como é seu disco? Simone - Está um disco brasileiro mas com uma linguagem pop, com arranjos modernos. Folha - É um disco de "axé music" ou de MPB? Simone -Tem MPB, tem umas coisas da Bahia, que são minhas origens e não quero perder. É um disco superdançante, mas tem um momento intimista quando canto "Você Não Sabe Amar", de Dorival Caymi, acompanhada por Roberto Menescal no violão e um coro de quatro vozes. Outra coisa importante é a participação de Gilberto Gil, que me deu o prazer de sua participação em "Palco", música dele que regravei. Folha - Você conta com a bênção de Gilberto Gil... Simone - Ele vem me dando uma força imensa. Meu primeiro show em São Paulo foi com ele no Circo Benetton e foi maravilhoso. Folha - Por que o disco só sai depois do Carnaval? Simone - O disco não é específico para o Carnaval, por isso que a gente não estava com a agonia de lançar antes ou em cima da festa. Folha - Este Carnaval vai ser o seu pulo do gato ou ele não tem nada de especial? Simone - O Carnaval da Bahia sempre é especial, melhor a cada ano. Mas agora estou começando a aparecer mais, acho que a receptividade do público vai ser maior. Folha - Desde pequena você passa o Carnaval trabalhando? Simone - Minha mãe me acompanhava no começo, porque menor de idade não pode subir em trio elétrico depois da meia-noite. Ela ia com uma autorização do juizado e a gente ficava até de madrugada. Folha - Você acha que trabalhando o disco durante o ano, o Carnaval do ano que vem pode ser melhor ainda para você? Simone - Acho que sim. Isso vai ser inevitável porque a gente vai trabalhar muito o lançamento do disco nacionalmente. Quem sabe até tenho a chance de tocar num bloco. Já está pintando convite, mas eu nem sei para que bloco é. Jorginho (Jorge Sampaio, empresário) é que está vendo isso. Folha - Qual a sua programação para este Carnaval? Simone - Vou fazer só quatro shows este ano porque no domingo estou no camarote da Brahma no desfile do Rio de Janeiro. Estou muito feliz porque vou poder ver a Mangueira passar com quatro "baianos ilustres" (referência ao enredo da escola, homenagem aos Doces Bárbaros). Texto Anterior: Colaborador desta edição busca valorização do formato das letras Próximo Texto: Carnaval com programação normal e o melhor do metal Índice |
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